Fascismo e eugenia na Itália: a classe trabalhadora sob controle

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/gmed.v15i2.54136

Palavras-chave:

Eugenia. Fascismo. Pseudociência. Saúde Pública. Classe Trabalhadora.

Resumo

A partir de análises de fontes da literatura historiográfica italiana sobre a questão eugênica, pode-se afirmar que a eugenia emergiu na Itália em 1912, se conectando ao movimento eugênico internacional. Foi um modelo de engenharia social fundado sob a dinâmica dos processos reprodutivos, que encontrou respaldo depois da Primeira Guerra Mundial. Com Mussolini, buscava-se uma transformação antropológica realizada em termos morais para regenerar em termos biológicos o que os fascistas consideravam as estirpes da classe trabalhadora. O fascismo italiano baniu o controle das características biológicas dos seres humanos, porém desenvolveu um controle assistido e contínuo – estatal – da maternidade e da infância, seguindo a lógica da subordinação do indivíduo aos interesses gerais, questão característica do fascismo. Busca-se, assim, a partir do método materialista histórico-dialético, compreender as determinações da formação eugênica na Itália.

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Biografia do Autor

Ivan Ducatti, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutor em História Social (USP). Professor Adjunto da Escola de Serviço Social de Niterói (ESS) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Vice-Coordenador e Pesquisador do Núcleo de Estudos de Trabalho, Gênero e Raça/Etnia a partir do Materialismo Histórico-Dialético (NEGREM) - UNIRIO (http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf). Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9224934959680802. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-1707-6813. E-mail: ducattivan@gmail.com.

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Publicado

2023-10-29

Como Citar

Ducatti, I. (2023). Fascismo e eugenia na Itália: a classe trabalhadora sob controle. Germinal: Marxismo E educação Em Debate, 15(2), 646–662. https://doi.org/10.9771/gmed.v15i2.54136