Fascismo e eugenia na Itália: a classe trabalhadora sob controle
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v15i2.54136Palavras-chave:
Eugenia. Fascismo. Pseudociência. Saúde Pública. Classe Trabalhadora.Resumo
A partir de análises de fontes da literatura historiográfica italiana sobre a questão eugênica, pode-se afirmar que a eugenia emergiu na Itália em 1912, se conectando ao movimento eugênico internacional. Foi um modelo de engenharia social fundado sob a dinâmica dos processos reprodutivos, que encontrou respaldo depois da Primeira Guerra Mundial. Com Mussolini, buscava-se uma transformação antropológica realizada em termos morais para regenerar em termos biológicos o que os fascistas consideravam as estirpes da classe trabalhadora. O fascismo italiano baniu o controle das características biológicas dos seres humanos, porém desenvolveu um controle assistido e contínuo – estatal – da maternidade e da infância, seguindo a lógica da subordinação do indivíduo aos interesses gerais, questão característica do fascismo. Busca-se, assim, a partir do método materialista histórico-dialético, compreender as determinações da formação eugênica na Itália.
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