Marxismo e racismo estrutural na obra de Silvio de Almeida
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v14i2.49317Palavras-chave:
Silvio de Almeida, Racismo estrutural, Marxismo, EstadoResumo
: Pretende-se neste texto analisar a ideia de racismo estrutural presente na obra de Silvio de Almeida, tendo como plano de fundo o marxismo que, ao considerar contradições relativas ao capitalismo, procura compreender sob um outro prisma a condição do negro na sociedade brasileira. Para tanto, utilizamos como método a análise bibliográfica de textos do autor e, ao mesmo tempo, dialogando com outros teóricos da questão racial e do marxismo no Brasil e no mundo. Retomando a centralidade do trabalho, Almeida defende a necessidade de fusão da luta de classes com a questão racial, compreendida como “luta de raças”, uma vez que os problemas enfrentados pelo negro são os mesmos da classe trabalhadora, precarizada e explorada. Para o autor, o Estado brasileiro está estruturado sobre os pilares do racismo e depende dele para o seu funcionamento. Assim, temos no Brasil o que o autor chama de racismo estrutural, que significa, na verdade, a questão racial arraigada à estrutura de classes da sociedade brasileira e reproduzida pelas instituições públicas e privadas.
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