Colonização e racismo estrutural: notas sobre a relação entre racismo e capital
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v14i2.49307Palavras-chave:
Racismo estrutural, Acumulação primitiva do capital, Colonização, Desumanização, MercadoriaResumo
O objeto investigado consiste na relação entre racismo e capital. Este artigo objetiva sintetizar tal relação mediante a categoria racismo estrutural. Para tanto, utilizamo-nos do método marxiano. Recorremos à letra marxiana em O Capital, analisando a acumulação primitiva do capital e a moderna colonização, bem como à tese de Silvio Almeida sobre o racismo estrutural relacionando-o às categorias desumanização, fetiche da mercadoria e alienação. Portanto, o sistema do capital inaugura o racismo estrutural, em que este é generalizado ao mundo. Somente a transformação revolucionária da sociabilidade burguesa pode combater o racismo gestado e desenvolvido em suas entranhas.
Downloads
Referências
ALESSANDRA, Bruna. Cadê os Yanomami? Mais de 20 indígenas de comunidade queimada após estupro estão desaparecidos. Revista Forum. 3 mai. 2022. Disponível em: https://revistaforum.com.br/brasil/2022/5/3/cad-os-yanomami-mais-de-20-indigenas-de-comunidade-a-apos-estupro-esto-desaparecidos-115812.html .Acesso em: 3 mai. 2022.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018.
ALCÂNTARA, Norma. Lukács: ontologia e alienação. São Paulo: Instituto Lukács, 2014.
ARICÓ, José. Marx e a América Latina. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1982.
BETHENCOURT, Francisco. Racismos: das Cruzadas ao século XX. Companhia das letras, 2018.
CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre el colonialismo. Ediciones Akal, S. A., 2006.
COSTA, Gilmaísa Macedo da. Desantropomorfização, ciência e método. In: Reflexões em tempos de crise: trabalho, política, movimentos sociais, serviço social. (ALCÂNTARA, Norma et. al org.). Maceió. Edufal. 2015. p. 361-382.
CURTY, Carla, et al. A controvérsia dos modos de produção brasileiros: a contribuição do pensamento marxista. 2016. Disponível em: https://diamantina.cedeplar.ufmg.br/portal/download/diamantina-2016/18-19-1-RV_2016_10_09_00_44_02_751.pdf . Acesso em: 23 set. 2021.
DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas? – 1ª ed. – Rio de Janeiro: Difel, 2018.
ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo : Boitempo, 2010.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. UFBA, 2008.
GALEANO, E. As veias abertas da América Latina. Tradução de Galeno de Freitas. 39ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
GARCIA, Maria Fernanda. Massacrada, população indígena representa menos de 0,5% do país. Observatório do Terceiro Setor. 2017. Disponível em: https://observatorio3setor.org.br/noticias/populacao-indigena-representa-menos-de-meio-por-cento-do-pais/ Acesso em 17 nov. 2021.
GOBINEAU, Arthur. The inequality of human races. London: William Heinemann. 1915.
GUIMARÃES, Juca. Negros são dois em cada três presos no país, mostra Anuário de Segurança Pública. Alma Preta. 2020. Disponível em: https://almapreta.com/sessao/cotidiano/negros-sao-dois-em-cada-tres-presos-no-pais-mostra-anuario-de-seguranca-publica Acesso em: 07 fev. 2022.
JAMES, C. L. R. Os jacobinos negros. São Paulo: Boitempo. 2000.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo - Diário de uma favelada. São Paulo: Francisco Alves, 1960.
LACERDA, João Baptista. Congresso universal das raças em Londres. 1911.
LOMBROSO, Cesare. O homem delinquente (1885-1909). São Paulo. Ícone. 2007.
LUKÁCS, György. La peculiaridad de lo estetico. Livro I. Ediciones Grijalbo, Barcelona. 1966.
LUKÁCS, György. Para a ontologia do ser social volume 14 – Maceió : Coletivo Veredas, 2018.
MARX, Karl. Trabalho assalariado e capital. 1. ed. São Paulo: Global Editora. 1980.
MARX, Karl. Para a Questão Judaica. 1 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2009.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo. 2010.
MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011.
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 2. ed. Livro I. São Paulo: Boitempo. 2017.
MÉSZÁROS, István. Para Além do Capital: rumo a uma teoria da transição. 1 ed. São Paulo:Boitempo, 2002.
MÉSZÁROS, István. A crise estrutural do capital. 2 ed. revisada e ampliada. São Paulo: Boitempo. 2011.
MOURA, Clóvis. São Paulo: o povo em movimento. in: SINGER, Paul. Brant, Vinicius Caldeira. org. Petrópolis: Editora Vozes, 1983.
SANTOS NETO, Artur Bispo dos. Capital e trabalho na formação econômica do Brasil. São Paulo: Instituto Lukács, 2015.
SANTOS NETO, Artur Bispo dos. Mundialização do capital: imperialismo e subimperialismo. Goiânia-GO: Editora Phillos, 2020.
SILVA, Uelber Barbosa. Racismo e alienação: uma aproximação à base ontológica da temática racial. São Paulo: Instituto Lukács, 2012.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes. 1993.
TONET, Ivo. Método científico: uma abordagem ontológica. São Paulo: Instituto Lukács, 2013.
WILLIAMS, Eric. Capitalismo e escravidão. Rio de Janeiro: Ed. Americana, 1975.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Germinal: marxismo e educação em debate
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autoras e autores que publicam na revista Germinal: marxismo e educação em debate concordam com os seguintes termos:
- Mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).