Reestruturação produtiva, conhecimento e adequação da universidade aos moldes empresariais
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v13i1.43516Palavras-chave:
Conhecimento. Reestruturação produtiva. Neoliberalismo. Formação. Universidade Empresarial.Resumo
O presente texto de revisão teórica apresenta uma análise crítica, fundamentada no pensamento histórico-dialético, acerca das transformações do mundo do trabalho vivenciadas a partir das últimas décadas do século passado, com o objetivo de compreender como o conhecimento passa a representar a “nova moeda de poder” (KUMAR, 1997, p. 26) do capitalismo globalizado, exigindo adequações da universidade para o cumprimento de um modelo de formação flexível e empresarial. Modelo este que, no Brasil, foi instituído a partir de reformas políticas guiadas por princípios neoliberais, interessadas no controle do capital sobre o trabalho. Concluímos que mesmo havendo espaços de contestação ao sentido empresarial de universidade, tais resistências não têm sido suficientes para impedir nos dias atuais o avanço das forças ideológicas que reconhecem o conhecimento como mercadoria.
Downloads
Referências
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho?: Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade no mundo do trabalho. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
BANCO MUNDIAL. La ensenãnza superior: las lecciones derivadas de la experiência. Washington. 1995a.
BANCO MUNDIAL. Prioridades y Estratégias para la Educación. Washington: Worl Bank, 1995b.
BID – BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO. Ensino superior na América Latina e no Caribe: um documento estratégico. Divisão de programas sociais. 1996.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em: 13 abril. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394. Acesso em: 26 fev. 2021.
BRASIL. Decreto nº 2.207, de 15 de abril de 1997a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2207.htm. Acesso em: 26 fev. 2021.
BRASIL. Decreto nº 2.306, de 19 de agosto de 1997b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2306. Acesso em: 26 fev. 2021.
BRASIL. Decreto nº 3.860, de 9 de julho de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3860.htm. Acesso em: 26 fev. 2021.
CHAUÍ, Marilena. A Universidade Operacional. Folha de São Paulo/Caderno Mais. 09/05/1999. São Paulo, 1999.
CHAUÍ, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Editora UNESP, 2001.
CHAUÍ, Marilena. A universidade pública sob nova perspectiva. Revista Brasileira de Educação. n. 24, p. 5-15. 2003.
CHAUÍ, Marilena. Contra a Universidade Operacional: a greve de 2014 (8 de agosto de 2014). São Paulo: Adusp, 2014. Disponível em: http://www.adusp.org.br/files database/2014 tex_chaui.pdf. Acesso em: 26 fev. 2021.
CHESNAIS. François. Um programa de ruptura com o neoliberalismo. In: HELLER, Agnes et al. A crise dos paradigmas em ciências sociais e os desafios para o século XXI. Rio de Janeiro: Contraponto. 1999.
DEMARI, Cezar Luiz. Sociedade do conhecimento: ideologia acerca da ressignificação do conhecimento. Anais da 31ª Reunião da ANPEd. Caxambu – MG. 2008.
DIAS SOBRINHO, José; DIAS, Rafael de Brito. Acreditação da educação superior e C&T: política e ideologia. Revista de avaliação da Educação Superior. v. 11. n. 4. 2006.
DOURADO, Luiz Fernandes. Reformas do Estado e as políticas para a educação superior no brasil nos anos 90. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 23, n. 80, p. 234-252, setembro/2002.
DOURADO, Luiz Fernandes; OLIVEIRA, Joao Ferreira de; CATANI, Afrânio Mendes. Políticas e gestão da Educação Superior. São Paulo: Xamã, 2003.
FERREIRA, Suely; OLIVEIRA, João Ferreira. As influências da reforma da educação superior no Brasil e na União Europeia nos papéis sociais das universidades. In: OLIVEIRA, João Ferreira de (Org.). O campo universitário no Brasil: políticas, ações e processos de reconfiguração. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2011, p. 39-62.
GOMIDE, Angela Galizzi Vieira. Políticas da Unesco para formação de professores no Brasil: uma leitura da desqualificação da educação brasileira. Cadernos de Pesquisa. Pensamento Educacional. PPGEF Da Tuiuti do Paraná, v. 6, p. 01-14, 2010.
HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. Tradução Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves. 17. ed. São Paulo – SP: Edições Loyola, 2008.
KUMAR, Krishan. Da sociedade pós-industrial à pós-moderna: Novas teorias sobre o mundo contemporâneo. Tradução: Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
MAGALHÃES, Solange Martins Oliveira. Profissionalização docente no contexto da universidade pública: condução do professor à expertise. In: SOUZA, Ruth Catarina C. R. de; MAGALHÃES, Solange Martins Oliveira. Poiésis e Práxis II – Formação, profissionalização, práticas pedagógicas. Goiânia, Kelps, 2014.
MARX, Karl. O Capital. Livro I. Capítulo VI (Inédito). 1. ed. São Paulo – SP: Editora Ciências Humanas. 1978.
MARX, Karl. O Capital. v. 1. (Coleção Os Economistas) São Paulo: Nova Cultural, 1996.
MOTTA, Vânia Cardoso da; ANDRADE, Maria Carolina Pires de. O empresariamento da educação de novo tipo e suas dimensões. Educ. Soc, Campinas, v. 41, e224423, 2020.
NEVES, Lúcia Maria Wanderley. O professor como intelectual estratégico na disseminação da nova pedagogia da hegemonia. Anais da 36ª Reunião Anual da ANPEd. Goiânia-Go: ANPEd, 2013.
OLIVEIRA, João Ferreira de. A reestruturação da educação superior no Brasil e o processo de metamorfose das universidades federais: o caso da Universidade Federal de Goiás. 2000. 209f. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.
OLIVEIRA, João Ferreira de; CATANI, Afrânio Mendes. A reconfiguração do campo universitário no Brasil: conceitos, atores, estratégias e ações. In: OLIVEIRA, João Ferreira de (Org.). O campo universitário no Brasil: políticas, ações e processos de reconfiguração. Campinas - SP: Mercado de Letras, 2011, p. 11-37.
QUEIROZ, Vanderleida Rosa de Freitas e. O mal-estar e o bem-estar na docência superior: a dialética entre resiliência e contestação. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.
SANTOS, Boaventura de Souza. A universidade do século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 11. ed. rev. Campinas – SP: Autores Associados, 2011.
SGUISSARDI, Valdemar. Reforma Universitária no Brasil – 1995-2006: Precária trajetória e incerto futuro. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 1021-1056, out. 2006.
SGUISSARDI, Valdemar. O desafio da educação superior no Brasil: quais são as perspectivas?. In: SGUISSARDI, Valdemar. (Org.). Universidade brasileira no século XXI: Desafios do presente. 1ed.São Paulo: Cortez, 2009, v. 1, p. 15-54.
SGUISSARDI, Valdemar; Silva Júnior, João dos Reis. O trabalho intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico. 2. ed. Uberlândia: Navegando Publicações, 2018.
SOARES, Jackeline Império. Qualidade da educação: sentidos discursivos e projetos de formação docente. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Goias, Goiânia - GO, 2016.
TURMINA, Adriana Cláudia; SHIROMA, Eneida Oto. “Se você não mudar, morrerá”: a (con)formação de um trabalhador de novo tipo no discurso de autoajuda. Revista Brasileira de Educação. v. 19 n. 56 jan.-mar. 2014.
UNESCO. Documento de política para el cambio y el desarrollo en la educación superior. París: UNESCO, 1995.
UNESCO. La educación superior en el siglo XXI: Visión y acción. París: UNESCO, 1998.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autoras e autores que publicam na revista Germinal: marxismo e educação em debate concordam com os seguintes termos:
- Mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).