EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E FETICHISMO TECNOLÓGICO: Estado e capital no projeto de ensino superior no Brasil.
Palavras-chave:
Estado, capital, Educação a Distância, Fetichismo tecnológico.Resumo
A tese apresentada analisa a expansão massiva da Educação a Distância (EaD) no ensino superior, especificamente nas licenciaturas. Parte do pressuposto de que o cenário atual da EaD é uma construção do Estado e do capital para aprofundar a ofensiva capitalista no âmbito educacional, por meio da precarização do trabalho docente virtual que sob o manto de uma suposta democratização das oportunidades educacionais, massifica e mercantiliza o ensino superior. O objetivo desse estudo é analisar as políticas publicas de educação focadas na EaD e sustentadas pela ação orgânica do Estado e do capital no âmbito político, econômico e ideológico que impõem aos sujeitos sociais noções e valores de uso das novas tecnologias, anulando seu caráter de classe e as apresentando apenas como ciência aplicada - fetichismo tecnológico - criando novos espaços para a reprodução ampliada do capital. Fundamentado no referencial teórico marxista o percurso dessa investigação destaca a reforma do Estado brasileiro, documentos do Banco Mundial sobre educação e a reforma da universidade pública brasileira, como os macros eventos que abriram cominho rumo à consolidação do projeto neoliberal de ensino superior no Brasil, no qual a EaD é situada como um nicho de rentabilidade promissor para o mercado financeiro e seus oligopólios educacionais. No campo da empiria, a investigação comprova o crescimento massivo e mercantilista da EaD, na proporção em que recupera sua evolução histórica até a LDB 9.394/96 e analisa o processo de consolidação do aparato jurídico político que lhe dá legitimidade na atual conjuntura. Aponta ainda a Universidade Aberta do Brasil (UAB) como um projeto educacional nocivo à classe trabalhadora, que historicamente luta por uma universidade presencial pública, gratuita e de qualidade. As considerações finais indicam que as políticas públicas de EaD para o ensino superior estão diretamente vinculadas a uma noção fetichista de tecnologia, engendrada pelo Estado e determinada pelo capital, que articula o uso da inovação tecnológica na educação às suas finalidades financeiras.
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