O desafio do campo de públicas frente ao contexto de crise do Estado brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.9771/ns.v9i17.31444Resumo
Na primeira década dos anos 2000, Brasil e vizinhos latinoamericanos experimentaram alguma inflexão da tendência neoliberal de condução da economia que se espalhava a partir do Norte global desde os anos 1980. Mas o movimento também foi acompanhado de contradições, sendo uma das suas marcas dramáticas a associação entre estado e capital via auxílios mútuos — de um lado, subsídios estatais em suas várias formas; de outro, vultosos financiamentos de campanhas eleitorais. Nesse contexto, o campo de públicas também foi impactado, o que se revela, por exemplo, no seu desenvolvimento dentro da universidade brasileira, esta crescentemente instada a apontar caminhos de ação para a política e a economia. No entanto, nos anos mais recentes, a região e o país experimentam uma espécie de retomada da lógica econômico-política que resgata o mote, por vezes retórico, da menor intervenção estatal. Isso sinaliza novos desafios para o campo de públicas, seja na universidade, seja nos outros espaços sociais, dentre eles o estado. Assim, o artigo se propõe a debater a evolução do, e desafios futuros ao, campo de públicas à luz das disputas econômicas que têm o estado como espaço importante. Buscando, assim, compreender qual é o lugar do campo de públicas em particular nessas disputas junto ao direcionamento do Estado.