QUANDO AS FRONTEIRAS SE BORRAM NOS ENTREMEIOS DA ORALIDADE POÉTICA
GRAFIAS DA VOZ NOS CANTOS E CONTOS DO SAMBA CHULA
Resumo
Este artigo, recorte de uma pesquisa maior de mestrado na área de Literatura e Cultura, desenvolve uma discussão em torno do fazer poético das cantigas de chula de um grupo de samba de roda do sertão baiano, a fim de enveredar pelos meandros fronteiriços que envolvem a sua cantoria, uma vez que a chula é desenvolvida em versos e numa forma lírica, sem perder o tom narrativo que lhe é inerente. As discussões aqui tecidas articulam contribuições teóricas que tensionam a oralidade e suas múltiplas formas de constituição do fazer poético, a performance poético-musical do samba chula e suas inscrições na cosmogonia afro-brasileira, a qual privilegia a voz e o corpo como lugar de atravessamento ancestral e de grafia/inscrição da memória.