DO BARRO QUE MOLDA TANTOS CORPOS NASCE IYALODÉ: do encontro anunciado à escuta poética ancestral

Autores

  • Fernanda Silva dos Santos Universidade Federal da Bahia

Resumo

Traços da construção poética no trabalho artístico aparecem neste texto como contação de estórias sobre o encontro cênico das guerreiras no evento Corpo, Poética e Ancestralidade, em Porto Seguro, narrados e experienciados pelos olhares de IYalodé Zeferina’S. IYalodé foi forjada de um mesmo barro-útero do qual o patriarcado nos impõe o aprisionamento categórico de ser “mulher”. E dentro da “caixinha social”, o estar mulher é premissa de se reunir, lutar, implicando a resistência e desconstruindo padrões. Ela aprende a dançar a guerra, confluindo em muitas lutas, sendo a luta uma ação política, ao passo de ser também uma ação poética, no sentido da criação de uma obra artística. Obra-memória, obra-estória, individuais, desaguadas em consonância de pensamentos de um coletivo. Forjada do mesmo barro-cabaça de uma terra de opressões e de resistência feminista interseccional, IYalodé confabula com suas semelhantes, exercitando um circular ‘lugar de fala’ e ‘lugar de escuta’, construído como cena dialógica entre corpos de guerreiras, que se aproximam por serem corpos da capoeira, frutas da experiência de estar para o jogo da construção poética. PALAVRAS-CHAVE: Jogo da construção poética. Encontro. corpos. Escuta.

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Biografia do Autor

Fernanda Silva dos Santos, Universidade Federal da Bahia

Mãe, artista multíplice, capoeirista, mestranda do Programa de Pós-Graduação de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o projeto Dos arrabaldes ao miolo: IYalodê Zeferina Sem sua dança de guerra, orientado pela Mestra e Profa. Dra. Lara Rodrigues Machado, apresentando estudos de processos criativos atribuídos às estratégias corporais políticas de mulheres na capoeira.

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Publicado

2020-02-06