PALHAÇARIA FEMININA EM PORTUGAL
Résumé
Sabemos que no Brasil há um movimento crescente de busca pela legitimação da presença da mulher na arte de fazer rir a partir da linguagem clownesca. Os encontros de palhaças, as pesquisas dentro e fora da universidade e a persistência dessas mulheres têm contribuído para que elas possam integrar e ser livres no ato de criação cômica. Isto é, levar à cena conteúdos que lhes sejam convenientes, independentemente das convenções de gênero que lhes foram estabelecidas socialmente. Isso quer dizer que a luta por esse espaço permite à palhaça a possibilidade de existir oficialmente nessa arte, bem como consente à mulher caminhos de reinvenção do seu ser. No entanto, nos questionamos sobre como o processo de reconhecimento da mulher nessa arte cênica acontece em Portugal. Como as palhaças portuguesas se expressam e quais são os desafios que enfrentam ao abordarem, ou não, o feminino em cena? Estariam elas a ridicularizar as estruturas sociais de gênero com seus corpos femininos e com suas palhaças? O documento aqui proposto investiga a intersecção da linguagem grotesca do palhaço com as criações cênicas de quatro palhaças e atrizes cômicas portuguesas: Anabela Mira, Catarina Mota, Eva Ribeiro e Mariana Schou, entrevistadas na primeira edição do evento de comicidade Gargalhadas na Lua, em 2017, em Lisboa. PALAVRAS-CHAVE: Palhaças portuguesas. Comicidade feminina. Corpo grotesco.
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