Habitar o terroir do vinho: o sentimento da paisagem de Mendoza, Argentina
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v17i1.43686Palavras-chave:
Paisagem, Emoções, Sabor, MendozaResumo
Este ensaio reflete sobre o terroir do vinho enquanto espaço construído a partir da relação harmônica entre seres e natureza, tomando como base o conceito de“habitar poético” de Heidegger, a fenomenologia espacial de Dardel e a geografia emocional de Andreotti. Busca-se revelar as relações emotivas que vitivinicultores estabelecem com o espaço que habitam e que alimentam as narrativas do terroir, em uma abordagem poética da paisagem. Para ilustrar esta dinâmica dialógica, recorreu-se à análise de um vídeo promocional sobre a região de Mendoza, Argentina. Os depoimentos apresentados no vídeo demonstram como as narrativas dos autóctones impregnam simbolicamente as paisagens do vinho, espelham um ideal de habitar poético e produzem lugares míticos no imaginário dos viticultores. Observou-se, ainda, o papel do sabor como uma forma de registro geográfico e o vinho como fértil objeto de análise desta relação entre a experiência do gosto e a expressão da paisagem.
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