A “LITERATURA NECESSÁRIA” COMO CATEGORIA ESTÉTICA

Autori

  • Antonio Barros de Brito Junior

DOI:

https://doi.org/10.9771/ell.v0i76.53887

Parole chiave:

Literatura Necessária; Capitalismo; Estética; Autonomia

Abstract

O artigo busca apresentar e conceitualizar a categoria estética da “literatura necessária”. Baseando-se na metodologia de Sianne Ngai, ele tenta mostrar, primeiramente, como a “literatura necessária” se constitui como uma categoria estética que exprime uma relação afetiva entre o público e a obra que, contrariamente à estética iluminista, é baseada na fusão dos elementos da autonomia e da necessidade. Depois, o artigo pretende mostrar os vínculos dessa categoria com mais recentes formas de trabalho e de produção, que são organizadas pela nova arquitetura de redes. Enfim, este trabalho sustenta que a “literatura necessária” enquanto categoria estética produz um juízo crítico que reconhece a necessidade como parte da dinâmica do capitalismo contemporâneo e, portanto, ela deve ser valorizada na experiência estética.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Riferimenti bibliografici

ADORNO, Theodor W; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

ADORNO, Theodor W. Notas de literatura I. Trad. Jorge de Almeida. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2003.

ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.

BERLANT, Lauren. El optimismo cruel. Trad. Hugo Salas. Buenos Aires: Caja Negra, 2020.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 5. edição corrigida pelo autor. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011.

CESARINO, Letícia. O mundo do avesso. Verdade e política na era digital. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

DE LEONES, André. Análise: Livro de Milton Hatoum é um romance necessário sobre nosso caráter disfuncional. Estado de S. Paulo, 20 de outubro de 2017. Disponível em: [https://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,analise-livro-de-milton-hatoum-e-um-romance-necessario-sobre-o-nosso-carater-disfuncional,70002053213]. Acesso em 04/04/2022.

DENIS, Benoît. Literatura e engajamento: de Pascal a Sartre. Trad. Luiz Dagobert de A. Roncari. Bauru: EDUSC, 2002.

FERRO, Sérgio. Artes plásticas e trabalho livre: de Dürer a Velázquez. São Paulo: Editora 34, 2015.

FISHER, Mark. Realismo capitalista: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo. Tradução de Rodrigo Gonçalves et al. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.

GERBAUDO, Paolo. O grande recuo: a política pós-populismo e pós-pandemia. Trad. Érico Assis. São Paulo: Todavia, 2023.

HAIDER, Asad. Armadilha da identidade: raça e classe nos dias de hoje. Trad. Leo Vinicius Liberato. São Paulo: Veneta, 2019.

HAMILTON, Russell G. Literatura africana, literatura necessária. Lisboa: Edições 70, 1981.

JONES, Phil. Work without the worker: Labour in the age of platform capitalism. London: Verso, 2021.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Tradução por Valerio Rohden e Antonio Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

LUKÁCS, Georg. Narrar ou descrever?. In: LUKÁCS, Georg. Ensaios sobre literatura. Tradução por Giseh Viana Konder. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.

LUKÁCS, Georg. Arte livre ou arte dirigida?. In: LUKÁCS, Georg. Marxismo e teoria da literatura. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

MARCUSE, Herbert. A dimensão estética. Trad. Maria Elisabete Costa. Lisboa: Edições 70, 2007.

MARCUSE, Herbert. Sobre o caráter afirmativo da cultura. In: MARCUSE, Herbert. Cultura e sociedade. Tradução de Wolfgang Leo Maar et al. v. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

NGAI, Sianne. Our aesthetics categories: zany, cute, interesting. Cambridge; Londres: Harvard University Press, 2012.

PFALLER, Robert. Interpassivity. The aesthetics of delegated enjoyment. Edimburgo: Edinburgh University Press, 2017.

RANCIÈRE, Jacques. Nas margens do político. Trad. Vanessa Brito e João Pedro Cachopo. Lisboa: KKYM, 2014.

SADIN, Éric. La humanidad aumentada. La administración digital del mundo. Trad. Javier Blanco e Cecilia Paccazochi. Buenos Aires: Caja Negra, 2018.

SARTRE, Jean-Paul. Que é a literatura?. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Ática, 1999.

SCHILLER, Friedrich. Do sublime (para uma exposição ulterior de algumas ideias kantianas). In: SCHILLER, Friedrich. Do sublime ao trágico. Trad. Pedro Süsskind e Vladmir Vieira. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

SHAVIRO, Steven. Estética aceleracionista: ineficiencia necesaria en tiempos de subsunción real. In: AVANESSIAN, Armen; REIS, Mauro (orgs.). Aceleracionismo. Estrategias para una transición hacia el postcapitalismo. Trad. Mauro Reis. Buenos Aires: Caja Negra, 2017.

SRNICEK, Nick. Capitalismo de plataformas. Trad. Aldo Giacometti. Buenos Aires: Caja Negra, 2018.

STANDING, Guy. O precariado: a nova classe perigosa. Trad. Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

TROTSKY, Leon. A cultura e a arte proletárias. In: TROTSKY, Leon. Literatura e revolução. Trad. Moniz Bandeira. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

WARK, Mckenzie. Capital is dead. London; New York: Verso, 2019.

ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder. Trad. George Schlesinger. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020.

##submission.downloads##

Pubblicato

2024-06-04

Come citare

DE BRITO JUNIOR, A. B. A “LITERATURA NECESSÁRIA” COMO CATEGORIA ESTÉTICA. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 76, p. 142–167, 2024. DOI: 10.9771/ell.v0i76.53887. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/53887. Acesso em: 19 dic. 2024.