POLÍTICAS DE MEMÓRIA E LITERATURA NEGRA NA BAHIA

UMA PROPOSTA DE CONSTITUIÇÃO DE UM ACERVO DIGITAL

Autores

  • Rosinês de Jesus Duarte Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.9771/ell.v0i76.54113

Palavras-chave:

Constituição de acervos literários; Literatura negro-feminina; Filologia.

Resumo

Um estudo dos processos de produção, transmissão e circulação de textos de mulheres negras evidenciou uma produção potente e diversa entre as décadas de 1970 e 1990, na Bahia. A partir de um mapeamento inicial desses escritos, foi possível inventariar a produção de treze escritoras negras. No entanto, percebemos uma dispersão desses escritos e uma falta de política de arquivamento que contribuíram para o apagamento dessas obras no cenário da história da literatura na Bahia. Nesse contexto, o objetivo do artigo é refletir sobre a necessidade de estabelecer políticas de memória para escritoras negras, provocando, assim, uma reversão da política de esquecimento que insiste em rodear produções de sujeitos negros. Desse modo, esperamos revisar a historiografia literária, introduzindo atores sociais que foram sonegados dos espaços de memória escrita em nosso país.

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Publicado

2024-03-10

Como Citar

DUARTE, R. de J. POLÍTICAS DE MEMÓRIA E LITERATURA NEGRA NA BAHIA: UMA PROPOSTA DE CONSTITUIÇÃO DE UM ACERVO DIGITAL. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 76, p. 1–16, 2024. DOI: 10.9771/ell.v0i76.54113. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/54113. Acesso em: 28 abr. 2024.