LUA MÍSTICA, ÁGUAS MÍTICAS

O FEMININO SIMBÓLICO EM O DESPERTAR, DE KATE CHOPIN

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ell.i73.48229

Palavras-chave:

Kate Chopin, O despertar, Afrodite

Resumo

Kate Chopin rompeu paradigmas com a publicação de O despertar (1899), cujo teor subversivo causou furor na sociedade sulista estadunidense. A partir da epifania do primeiro mergulho no mar, Edna Pontellier desperta para novos impulsos de liberdade e autoafirmação, contestando as limitações femininas no contexto social patriarcal finissecular. Nesse percurso de autorrealização, a heroína abandona os papéis sociais de mãe e esposa para viver para si mesma. Nesse prisma, busca-se, no presente artigo, problematizar a imagética do espaço marítimo como símbolo do feminino, cujo viés mítico evoca a presença da deusa Afrodite. Para tanto, a análise terá como aporte teórico os pressupostos de Jean Chevalier, Alain Gheerbrant e Mircea Eliade sobre a simbologia aquática, as reflexões de Gilbert e Gubar a respeito abordagem mítico-simbólica da narrativa, entre outros autores.

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Publicado

2022-09-27

Como Citar

FINATTI, R. E. LUA MÍSTICA, ÁGUAS MÍTICAS: O FEMININO SIMBÓLICO EM O DESPERTAR, DE KATE CHOPIN. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 73, p. 304–319, 2022. DOI: 10.9771/ell.i73.48229. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/48229. Acesso em: 22 dez. 2024.