REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA - caminhos para uma política emancipatória?

Autores

  • Ilse Scherer-Warren Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v21i54.18985

Palavras-chave:

redes de movimentos sociais, ações coletivas, América Latina, emancipação, demandas

Resumo

Este texto pretende trazer alguns indicativos para se pensar em que medida as redes de movimentos sociais na América Latina apresentam pistas para políticas emancipatórias. Para se analisar a capacidade ou potencial de redes de movimentos sociais desse continente na construção de referenciais emancipatórios, partiu-se do pressuposto de que demandas materiais devem ser traduzidas em representações simbólicas, a fim de aproximar os atores das redes, permitir a construção de identidades coletivas e criar elos simbólicos de referência no interior das redes, que possibilitem a convergência de suas pautas políticas. Verificou-se, ainda, como a intersubjetividade na rede se constrói a partir de referências normativas compartilhadas e quais os principais níveis constitutivos para o empoderamento de uma rede de movimento. Trata-se, pois, de verificar como atores coletivos específicos, localizados e com demandas particulares, tornam-se movimentos sociais mais abrangentes do ponto de vista de suas demandas e de seus territórios de atuação, com pautas políticas mais universais. Isto é, como está sendo construída a passagem de ações coletivas restritas a movimentos sociais propriamente ditos.

PALAVRAS-CHAVE: redes de movimentos sociais, ações coletivas, América Latina, emancipação, demandas.

NETWORKS OF SOCIAL MOVEMENTS IN LATIN AMERICA. WAYS TOWARDS AN EMANCIPATORY POLICY?
Ilse Scherer-Warren

This paper intends to bring some pointers on thinking in what measure the networks of social movements in Latin America present ways for emancipatory policies. To analyze the capacity or potential of social movements networks in this continent in the construction of emancipatory referencials, we started with the presupposition that material demands should be translated in symbolic representations, in order to approximate the actors to the networks, to allow the construction of collective identities and to create symbolic links of reference inside the networks, that make possible the convergence of their political lines. It was verified, still, how intersubjectivity is built in the networks starting from shared normative references and which are the main constituent levels for the empowerment of a movement network. Thus, we strive to verify how specific, located collective actors and with private demands become enlarged social movements of the point of view of their demands and of their territories of performance, with more universal policy lines. That is, how the passage of collective actions is being built restricted to social movements properly said.

KEYWORDS: networks of social movements, collective actions, Latin America, emancipation, demands.

LES RÉSEAUX DE MOUVEMENTS SOCIAUX EN AMÉRIQUE LATINE. SONT-ILS LA VOIE D’UNE POLITIQUE EMANCIPATRICE?
Ilse Scherer-Warren

Le propos de ce texte est d’apporter quelques éléments de réflexion pour savoir dans quelle mesure les réseaux des mouvements sociaux en Amérique
Latine peuvent ouvrir des pistes à des politiques émancipatrices. Afin d’analyser la capacité ou le potentiel des réseaux de mouvements sociaux de ce
continent, pour la construction de référentiels émancipatoires, on part du présupposé que les demandes matérielles doivent, d’une part, être traduites par des représentations symboliques, afin de rapprocher les acteurs des réseaux et, d’autre part, doivent permettre la construction d’identités collectives et créer des liens symboliques de référence au sein des réseaux, permettant une convergence de leurs enjeux politiques. Nous avons également pu vérifier comment se construit l’intersubjectivité dans le réseau, à partir de références normatives partagées, et quels sont les principaux niveaux qui permettent de s’approprier d’un réseau de mouvement. Il s’agit, en effet, de vérifier comment des acteurs collectifs spécifiques, localisés et qui ont des demandes particulières, se transforment en mouvements sociaux plus amples du point de vue de leurs demandes et de leurs domaines d’action, et dont les enjeux politiques sont plus universels. En d’autres termes, comment on passe d’une action collective limitée à un mouvement social proprement dit.

MOTS-CLÉS: réseaux de mouvements sociaux, actions collectives, Amérique Latine, émancipation, demandes.

Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ilse Scherer-Warren, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Sociologia pela Université de Paris X (Nanterre). É Professora Titular do Departamento de Sociologia e Ciência Política e coordena o Núcleo de Pesquisa em Movimentos Sociais (NPMS) da UFSC desde 1983. Pesquisadora IA do CNPq. Suas linhas de pesquisa versam sobre: movimentos sociais, redes, cidadania, globalização, ações coletivas e democracia. Entre suas principais publicações estão: “Movimentos sociais: um ensaio de interpretação sociológica” (Florianópolis, 1989), “Cidadania sem fronteiras: ações coletivas na Era da globalização” (São Paulo, 1999), “Redes de movimentos sociais” (São Paulo, 2005, 3ª edição) e várias publicações em revistas nacionais e internacionais.

Downloads

Publicado

2009-05-11

Como Citar

Scherer-Warren, I. (2009). REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA - caminhos para uma política emancipatória?. Caderno CRH, 21(54). https://doi.org/10.9771/ccrh.v21i54.18985