MUTAÇÃO DE URBANIDADE EM BUENOS AIRES

Resumo

O objetivo deste trabalho é mostrar como ocorreu, em Buenos Aires, a gestão dos espaços urbanos na construção dos corpos individuais e coletivos. Essa gestão esteve ligada aos avatares do Estado, que passou de uma gestão da vida que denegava a morte, para uma gestão da morte que denega a vida. O trabalho permite concluir que a heterogeneização, a “guetificação” e a “despacificação” dos espaços urbanos geram uma vivência de insegurança, que se expressa em manifestações que avalizam medidas de força. Para o período final do século XIX e começo do XX, trabalhou-se com documentos públicos (censos, anais de higiene, teses). Para a atualidade, trabalhou-se na análise qualitativa de cem entrevistas, além de registros obtidos na participação em manifestações realizadas em Buenos Aires, durante o ano de 2005.

Palavras-chave: espaços, corpos, Estado, morte, subjetividade, Buenos Aires.

URBANITY MUTATION IN BUENOS AIRES
Susana Murillo
   
This paper aims at showing how the management of urban spaces took place in Buenos Aires in the construction of  individual and collective bodies. This management was linked to the State avatars, shifting from a management of life that refuted  death to a management of death that denies life. The paper leads to the conclusion that the heterogeneization, “ghettification” and “depacification” processes of the urban spaces generate insecurity, expressed by the manifestations that guarantee measures of strength. Public documents (census documents, hygiene proceedings and dissertations) were analyzed to cover the period between late nineteenth century  and early twentieth  century.  At the present time,   the work was carried out with the qualitative analysis of a hundred interviews, besides the records obtained with  the participation in manifestations that took place in Buenos Aires during the year 2005.

Key words: spaces, bodies, State, death, subjectivity, Buenos Aires.

MUTATION DE L’URBANITE A BUENOS AIRES
Susana Murillo
   
L’objectif de ce travail est de montrer comment la gestion des espaces urbains pour la construction des ensembles individuels et collectifs a été faite à Buenos Aires. Cette gestion a été marquée par les avatars de l’Etat qui est passé d’une gestion de la vie qui récusait la mort à une gestion de la mort qui récusait la vie. L’étude permet d’arriver à la conclusion suivante, l’ “hétérogénéisation”, la “ghettification”  et la  “déespacification” des espaces urbains provoquent une ambiance d’insécurité qui s’exprime en manifestations qui cautionnent l’usage de la force. En ce qui concerne la période de la fin du XIXe, début du XXe siècle, nous avons travaillé sur des documents publics (recensements, annales d’hygiène, thèses). Pour ce qui est de l’actualité, nous avons procédé à l’analyse qualitative d’une centaine d’interviews, sans compter les enregistrements obtenus au cours de manifestions réalisées à Buenos Aires pendant l’année 2005.

Mots-clés: espaces, ensembles, Etat, mort, subjectivité, Buenos Aires

Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br