DONA IVONE LARA VIVE:

REDES SOCIAIS E LUTA POLÍTICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/contemporanea.v19i3.45659

Palavras-chave:

representação, racismo, colorismo

Resumo

A reflexão proposta neste artigo incide sobre os conceitos de racismo, colorismo e representação, observados em debates de redes sociais, quando Jô Santana, diretor do espetáculo Dona Ivone Lara – O Musical, escolheu a cantora Fabiana Cozza para representar a Rainha do Samba. Serão analisados comentários publicados na página oficial da peça, no Facebook, e no perfil de Cozza, no Instagram. Também vão ser investigadas publicações e repercussões do perfil da cantora, referentes à carta de renúncia ao papel. A proposta é compreender de que modo a ideologia racista atua na prática social e nos discursos virtuais. O anúncio dos organizadores do espetáculo, solicitando candidatas para interpretar a Rainha do Samba, sem definir o critério de artistas negras de pele retinta, e o contraste de cor entre Cozza e D. Ivone Lara, tensionou os debates. Esse trabalho será guiado por três eixos de respostas ao anúncio. No primeiro, houve negação da necessidade de verossimilhança; no segundo, aceitação da identidade negra de Cozza, mas não aceite do convite; e no terceiro, questionamento em torno da identidade negra da cantora. Também será verificado o teor das discussões a respeito das relações raciais, se ganharam mais visibilidade, considerando a abrangência das redes sociais. Teoricamente, o estudo será ancorado em autores como Sueli Carneiro, Muniz Sodré, Teun Van Dijk, Stuart Hall, Alice Walker, Manuel Castells, dentre outros. A metodologia resulta de pesquisa empírica e bibliográfica, de natureza descritiva e qualitativa.

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Biografia do Autor

Lídia Michelle Azevedo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda e mestre em comunicação e cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ e co-coordenadora do Grupo de Estudos Muniz Sodré sobre Relações Raciais.

Renata Nascimento da Silva, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UERJ, pesquisadora do grupo de pesquisa TRAMA/UERJ e co-coordenadora do Grupo de Estudos Muniz Sodré sobre Relações Raciais.

Zilda Martins, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Grupo de estudos Muniz Sodré sobre Relações Raciais (GEMS) - LECC/ECO/UFRJ

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Publicado

2022-05-02