QUANDO A DUBLAGEM TRANSFORMA O MACHO EM FÊMEA:

ANTROPOMORFIA E ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO A PARTIR DO DESENHO ANIMADO "A PATRULHA CANINA"

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/contemporanea.v20i1.46515

Palavras-chave:

desenhos animados, gênero feminino, antropomorfia

Resumo

A proposta do artigo é entender o papel da antropomorfia nos desenhos animados, considerando a maneira como ela atua na manutenção de estereótipos de gênero em histórias para crianças com até seis anos. Argumentamos que, longe de neutralizar as problemáticas em torno dos olhares sobre os gêneros, o uso da antropomorfia reproduz, com alto teor pedagógico, modelos em torno dos significados do gênero feminino. Para tal, faremos um debate sobre o lugar da antropomorfia nos desenhos, para então analisarmos a construção de personagens da série Patrulha Canina que, especificamente no Brasil, passou por uma mudança de dublagem na primeira temporada, modificando o gênero de dois dos seis protagonistas. A análise é fundamentada pelas diferenças apresentadas em dois episódios da série: O Festival Dos Filhotes e Os Filhotes e as Tartarugas Marinhas; ambos veiculados, originalmente, em 2015, mas que sofreram alterações no corpo de dubladores, após 2019. Além desta pequena amostragem, acionaremos os comentários disponibilizados no site Reclame Aqui em torno da temporada. Enfatizamos que elementos técnicos (cores, forma, dublagem), juntamente com o comportamento das personagens, expressam problemáticas fundamentais para compreensão do papel dos gêneros hoje.

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Biografia do Autor

Ariane Diniz Holzbach, Universidade Federal Fluminense

Professora do curso de Estudos de Mídia e da Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense. Bolsista de Produtividade em Pesquisa 2 do CNPq e Doutora em Comunicação pela UFF com pós-doutorado em História pela UERJ.

Wagner Dornelles, Universidade Federal Fluminense

Jornalista, mestre e doutorado pelo PPGCOM-UFF

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Publicado

2022-11-11

Edição

Seção

Artigos