DA PSICOLOGIA ANALÍTICA AO TIKTOK: O QUE PERFIS QUE PROMOVEM E SE APROPRIAM DO CONCEITO DE ARQUÉTIPO SUGEREM SOBRE A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.9771/contemporanea.v21i3.58345Palabras clave:
comunicação e consumo, identidade, arquétipo, mercado esotérico e de autoajuda, plataformas de redes sociaisResumen
Cunhado originalmente pelo psicanalista Carl Jung, o conceito de arquétipo tem sido apropriado por coaches e criadores de conteúdos relacionados ao mercado esotérico e de autoajuda para vender cursos, consultorias e produtos midiáticos com foco em desenvolvimento pessoal. Em passos simples, se ensina como ativar arquétipos que, segundo se acredita, podem influenciar nosso modo de ser e de agir, favorecendo a obtenção de ganhos pessoais e profissionais. Neste artigo, temos como objetivo entender como tais profissionais promovem, por meio da apropriação comercial do conceito de arquétipo, rituais de consumo e formas de apresentação do self em plataformas de redes sociais. Para isso, realizamos um estudo exploratório com base em 21 vídeos a respeito de arquétipos publicados no TikTok. Observamos que o fenômeno inspira representações de si nas plataformas e combina duas disposições: a promessa de que podemos ser nossa melhor versão e de que podemos ser tudo o que quisermos.
Descargas
Citas
ALCOFORADO, M. O que significa ‘ativar um arquétipo’ ou ‘fingir até se tornar’? CBN, [s. l.], 4 abr. 2023. Disponível em: https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/404908/ o-que-significa-ativar-um-arquetipo-ou-fingir-ate-.htm. Acesso em: 8 abr. 2023.
CABANAS, E.; ILLOUZ, E. Happycracia: fabricando cidadãos felizes. São Paulo: Ubu Editora, 2022.
CAMPBELL, C. Eu compro, logo sei que existo: as bases metafísicas do consumo moderno. In: BARBOSA, L.; CAMPBELL, C. (org.). Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. p. 47-64.
COMO ativei o arquétipo de Cleopátra e o que senti. [S. l.], 29 ago. 2022. TikTok: @arquetipomagnetico. Disponível em: https://www.tiktok.com/@arquetipomagnetico/ video/7137124287768513797?is_from_webapp=1&web_id=7154173635615081990. Acesso em: 7 abr. 2023.
DAHMER, G. Arquétipos: o que são e como ativar. [Santa Catarina], 13 jun. 2022. TikTok: @gabydhamer. Disponível em: https://www.tiktok.com/@gabydahmer/video/7108770443254893829. Acesso em: 7 abr. 2023.
DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. The world of goods: towards an anthropology of consumption. London: Routledge, 2002.
FEATHERSTONE, M. Consumer culture and post modernism. London: Sage Publications, 2007.
FONTENELLE, I. Cultura do consumo: fundamentos e formas contemporâneas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2017.
GARCÍA CANCLINI, N. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2015. Publicado originalmente em 1995.
GARCÍA RUIZ, P. Consumo e identidad: un enfoque relacional. Anuario Filosófico, [Navarra], v. 43, n. 2, p. 299-324, 2010. Disponível em: https://revistas.unav.edu/index.php/anuario-filosofico/
article/view/1392. Acesso em: 15 jul. 2021.
HALL, C. S.; NORDBY, V. J. Introdução à psicologia junguiana. São Paulo: Cultrix, 2005.
HALL, S. The question of cultural identity. In: HALL, S.; HELD, D.; MCGREW, T. (ed.). Modernity and its futures. Cambridge, UK: Polity Press, 1992. p. 273-326.
HALL, S. Who needs ‘identity’? In: HALL, S.; DU GAY, P. (ed.). Questions of cultural identity. London: Sage Publications, 2003. p. 1-17.
ILLOUZ, E. Cold intimacies: the making of emotional capitalism. Cambridge, UK: Polity Press, 2007.
JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Vozes, 2014.
KELLNER, D. Media culture: cultural studies, identity and politics between the modern and the post-modern. London: Routledge, 2003.
LICHOTTI, C. ‘Sou uma mulher’ alfa: por que a ativação de arquétipo viralizou no TikTok. Uol Tab, Rio de Janeiro, 28 mar. 2023. Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2023/03/28/mudei-completamente-ativacao-de-arquetipo-viraliza-no-tiktok.htm. Acesso em: 25 maio 2023.
MARTÍN-BARBERO, J. Tecnicidades, identidades, alteridades: mudanças e opacidades da comunicação no novo século. In: MORAES, D. (org.). Sociedade midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006. p. 51-80.
MARTINS, V. “Acho que vou ativar o arquétipo da Afrodite”. [S. l.], 13 nov. 2022. TikTok: @valeria._.martins. Disponível em: https://www.tiktok.com/@valeria._.martins/video/7165549628761378054. Acesso em: 7 abr. 2023.
MCCRACKEN, G. Culture and consumption. Bloomington: Indiana University Press, 1990.
POV: resolvi testar o arquétipo de Cleópatra: ativei o lado sombra. [S. l.], 29 ago. 2022. TikTok: @aizaleatoria. Disponível em: https://www.tiktok.com/@aizaleatoria/video/7137463868447657222?is_from_webapp=1&web_id=7154173635615081990. Acesso em: 7 abr. 2023.
QUAL o melhor arquétipo? [S. l.], 7 set. 2022. TikTok: @arquetipomagnetico. Disponível em: https://www.tiktok.com/@arquetipomagnetico/video/7140808996717415685?is_from_webapp=1&web_id=7154173635615081990. Acesso em: 7 abr. 2023.
RACHE, H. CUIDADO! Você pode estar usando ARQUÉTIPO de forma ERRADA! [S. l.], 19 ago. 2022. TikTok: @helena.rache. Disponível em: https://www.tiktok.com/@helena.rache/video/7133745713355246853?is_from_webapp=1&web_id=7154173635615081990. Acesso em: 7 abr. 2023.
SILVEIRA, N. Jung: vida e obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T. T. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 7-72.
YASMIN Brunet - Poccast #26. [S. l.: s. n.], 12 ago. 2022. 1 vídeo (121 min). Publicado pelo canal Poccast Oficial. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Cc6wO-EMhaY. Acesso em: 20 maio 2023.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Leonardo Santana dos Santos Rodrigues, Marcia Perencin Tondato
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-CompartirIgual 4.0.
Os autores que publicam nessa revista devem concordar com os seguintes termos relativos aos Direitos Autorais:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Contemporanea e à Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.