A QUESTÃO FIGURAL COMO ENCLAVE TEÓRICO DO CINEMA POLÍTICO
DOI:
https://doi.org/10.9771/contemporanea.v21i1.54128Palabras clave:
Cinema político, Análise figural, Motivos visuaisResumen
É comum afirmar que o cinema sempre esteve estreitamente ligado à política, bastando recordar, como disse Wollen, que A saída dos operários da fábrica, dos irmãos Lumière,já demonstra que os filmes jamais podem ser abstraídos de seu contexto social, econô mico ou político. Contudo, mesmo considerando a tradição teórico-histórica em torno do “cinema político” (de Benjamin nos anos 1930 a Rancière nos dias atuais), esta categoria de análise pode ser reduzida às adjetivações de filmes ou definida de modo amplo, envolvendo angulações diversas como função social, autoria, estética, ideologia, militância, temas ou produção, dentre outras que podem modificar seus sentidos. Este texto revisita algumas teorias-chave do cinema político sem pretender sínteses conceituais (o que, inclusive, acredita-se desnecessário), mas buscando os caminhos para fazer uma fenomenologia da imaginação política focada na compreensão figural do tratamento poético dado aos motivos visuais de natureza política. Esses motivos visuais estão poeticamente relacionados às categorias da experiência política como a justiça, a igualdade, a liberdade, a fraternidade ou a paz. Do ponto de vista metodológico, isso requer ver filmes comparativamente, colocando em diálogo filmografias pertencentes a períodos históricos ou a figuras de estilo tão diversos quanto heterogêneos.
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