A QUESTÃO FIGURAL COMO ENCLAVE TEÓRICO DO CINEMA POLÍTICO

Autores/as

  • Dinaldo Filho Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA)

DOI:

https://doi.org/10.9771/contemporanea.v21i1.54128

Palabras clave:

Cinema político, Análise figural, Motivos visuais

Resumen

É comum afirmar que o cinema sempre esteve estreitamente ligado à política, bastando recordar, como disse Wollen, que A saída dos operários da fábrica, dos irmãos Lumière,já demonstra que os filmes jamais podem ser abstraídos de seu contexto social, econô mico ou político. Contudo, mesmo considerando a tradição teórico-histórica em torno do “cinema político” (de Benjamin nos anos 1930 a Rancière nos dias atuais), esta categoria de análise pode ser reduzida às adjetivações de filmes ou definida de modo amplo, envolvendo angulações diversas como função social, autoria, estética, ideologia, militância, temas ou produção, dentre outras que podem modificar seus sentidos. Este texto revisita algumas teorias-chave do cinema político sem pretender sínteses conceituais (o que, inclusive, acredita-se desnecessário), mas buscando os caminhos para fazer uma fenomenologia da imaginação política focada na compreensão figural do tratamento poético dado aos motivos visuais de natureza política. Esses motivos visuais estão poeticamente relacionados às categorias da experiência política como a justiça, a igualdade, a liberdade, a fraternidade ou a paz. Do ponto de vista metodológico, isso requer ver filmes comparativamente, colocando em diálogo filmografias pertencentes a períodos históricos ou a figuras de estilo tão diversos quanto heterogêneos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Dinaldo Filho, Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA)

Doutor em Sociologia pelo IESP-UERJ. Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio. Professor do Curso de
Cinema e Audiovisual e do Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). E-mail: dinaldo.filho@unila.edu.br

Citas

ALEA, T. G. Dialética do espectador: seis ensaios do mais laureado cineasta cubano. São Paulo: Summus, 1984.

BACHELARD, G. A poética do devaneio. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

BALLÓ, J.; BERGALA, A. (ed.). Motivos visuales del cine. Barcelona: Galaxia Gutemberg, 2016. E-book.

BAZIN, A. O que é o cinema? São Paulo: Cosac Naif, 2014.

BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 2012.(Obras escolhidas, v. 1).

BRECHT, B. Estudos sobre teatro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

BRENEZ, N. Da figura em geral e do corpo em particular: a invenção figurativa no cinema. Destinatário: Moysés Vellinho. Paris, 17 de jul. 1998. 1 carta. Publicada por Culture Injection em 2018. Disponível em: https://cultureinjection.wordpress.com/2018/04/24/da-figura-em- geral-e-do-corpo-em-particular-a-invencao-figurativa-no cinema-carta-a-tag-gallagher-por- nicoles-brenez-17-07-1998/. Acesso em: 10 fev. 2023.

BRENEZ, N. Cada filme é um laboratório. [Entrevista cedida a] Raul Arthuso e Victor Guimarães. Cinética, [s. l.], 10 fev. 2014. Disponível em: http://revistacinetica.com.br/home/entrevista- com-nicole-brenez/. Acesso em: 10 fev. 2023.

COMOLLI, J.-L. Desvio pelo direto. In: FESTIVAL DO FILME DOCUMENTÁRIO E ETNOGRÁFICO, 14.,Catálogo do forum.doc (). 2010. Belo Horizonte: 2010.

CORRIGAN, T. O filme-ensaio: desde Montaigne e depois de Marker. São Paulo: Papirus, 2015.

COUTINHO, E. F.; CARVALHAL, T. F. (org.). Literatura comparada: textos fundadores. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. São Paulo: Contraponto, 2007.

DIDI-HUBERMAN, G. Que emoção! Que emoção? São Paulo: Editora 34, 2016.

DUBOIS, P. Plasticidade e cinema: a questão do figural. In: HUCHET, S. (org.). Fragmentos de uma teoria da arte. São Paulo: EdUSP, 2012. p. 97-118.

EISENSTEIN, S. Montagem de atrações. In: XAVIER, I. (org.). A experiência do cinema: antalo- gia. Rio de Janeiro: Graal, 1983. p. 187-198.

FILHO, D. A dignidade como figura de justiça em Filhos de Hiroshima (1952) e A batalha de Argel (1966). Revista FAMECOS, v. 29, n. 1, p. 1-18, jan./dez. 2022. e43010. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/revistafamecos/article/view/43010/27771. Acesso em: 04 abr. 2023.

GUIMARÃES, V.; VERAS, P. Invenção figurativa e pensamento fílmico. In: PENAFRIA, M. et al.(ed.). Propostas para a teoria do cinema. Covilhã: LabCom.IFP, 2016. p. 15-37. (Teorias dos cineastas, v. 2). HOOKS, b. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.

KRACAUER, S. De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.

O ENCOURAÇADO Potemkin. Direção: Sergei Eisenstein. Produção: Iakov Bliokh. Interpretes: Aleksandr Pavlovich Antonov, Grigori Aleksandrov, Serguei Eisenstein, Vladimir Barsky et al. Roteiro: Nina Agadjanova e Serguei Eisenstein. Moscou: Mosfilm, 1925.

O FUNDO do ar é vermelho. Direção: Chris Marker. Produção: Inger Servolin, Aline Baldinger, Claude Veuille. Roteiro: Chris Marker França : [s. n.], 1998.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2009. RUIZ, R. Poética del cine. Santiago: Editorial Sudamericana Chilena, 2000.

SONTAG, S. Contra a interpretação: e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

WOLLEN, P. Cinema e política. In: XAVIER, I. (org.). O cinema no século. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 71-85.

XAVIER, I. O olhar e a cena: melodrama, Hollywood, cinema Novo, Nelson Rodrigues. São Paulo: Cosac Naif, 2003.

Publicado

2024-03-19

Número

Sección

Artigos