“IT’S BRITNEY, BITCH!”: ENTRE O BEM E O MAL DOS CORPOS FEMININOS

Resumo

 Neste artigo, nos debruçamos sobre os sentidos mobilizados a partir da figura da cultura pop Britney Spears e como essas práticas discursivas são usadas na perpetuação de uma performatividade de gênero (Butler, 2003). Nesse contexto, refletimos sobre o corpo feminino (Butler, 2018; Le Breton, 2007; Louro, 2018) que é socialmente marcado, entendendo, principalmente, que as construções desses corpos sofrem influências de discursos religiosos. Ao apontar a participação da Igreja na fabricação dos corpos femininos, estudamos representações bíblicas como Eva e Lilith (Assis; Muneratto, 2013; Wandermurem, 2007), além da figuração pagã das bruxas (Kolinski Machado; Silva, 2021; Zordan, 2005), que juntas expõem essa dualidade entre luz e trevas. Para isso, acionamos o conceito de acontecimentos midiáticos (França; Lopes, 2017; Simões, 2012a, 2012b) para reconhecer indicativos a partir da exploração de diversos “textos midiáticos”, os sentidos e representações produzidas e, então, analisar a partir deles as significações que atravessaram o corpo de Britney Spears e o que isso revela sobre os comportamentos esperados das mulheres.