O Oriente no olhar de Camões
uma verdade que convém
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.49522Palavras-chave:
orientalismo, poesia épica, colonialismo, renascimento portuguêsResumo
Leitores de Camões têm observado que, para compor a matéria histórica de seu poema Os Lusíadas, o poeta se apega a uma suposta “verdade” que teria lido nas crônicas e ouvido na tradição oral. Os retratos da África e da Ásia que ele concebeu seriam fruto desse anseio pela “verdade” histórica. O presente artigo propõe, contrariamente, que Camões registrou uma verdade conveniente, atestada pelos interesses da nobreza da casa de Avis, compondo um retrato heroico da missão de Vasco da Gama, ao mesmo tempo em que omitiu práticas desumanas de seu projeto colonialista. Conhecendo de perto o jugo e a escravização dos povos africanos, o poeta ajustou a imagem da África e da Ásia à da figura do antagonista, evidenciando seu povo como gente inculta e inimiga da fé. Esse apagamento da história esconde o anseio de dominação sobre essa gente que se viu colonizada e escravizada nos séculos posteriores.
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