Raça e cidadania no pós-abolição maranhense (1888-1889)
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i59.28376Keywords:
Raça, Emancipação, Pós-Abolição, Cor, Racismo, Re-escravização, Maranhão.Abstract
A emancipação dos últimos escravos afro-brasileiros foi sancionada numa só penada, mas chegou de diversas maneiras ao norte e ao sul país, conforme o desenvolvimento da economia e sua função no sistema agroexportador, a preponderância ou não da população negra e mestiça nas províncias, cidades, comarcas e povoados, a importância do trabalhador livre nas diferentes agriculturas escravistas, a presença do incentivo estatal ou privado em favor da imigração estrangeira europeia ou asiática, o atraso ou modernização do sistema produtivo da grande lavoura, a força política do latifúndio no pós-abolição, e a relevância dos estados e regiões na condução da política brasileira. O presente artigo visa caracterizar o imediato pós-abolição maranhense tendo em vista a luta social em torno da liberdade, a legitimação de estratégias de domínio senhorial e a categorização racial enquanto critério de subordinação de grupos. Utilizo para esse fim dados primários coligidos nos jornais maranhenses e outros documentos de época correlacionando-os às descobertas da antropologia social do campesinato e da historiografia da escravidão para caracterizar a construção da cidadania negra na periferia do norte agrário brasileiro.Downloads
References
ABRANCHES, Dunshee (1895). Memórias de Um Histórico. Rio de Janeiro: Tip. Official do Jornal do Brasil.
ALBUQUERQUE, Wlamyra (2010). “A vala comum da ‘raça emancipada’”: abolição e racialização no Brasil. In: História Social, n. 19, segundo semestre.
ALMEIDA, A. W. B. Ideologia da decadência (2008a). Amazonas: Casa 8/Fundação Universidade do Amazonas.
__________________ (2008b). “Terras de Preto, Terras de Santo, Terras de Índio – uso comum e conflito” In: Terra de quilombo, terras indígenas,” babaçuais livre”, “castanhais do povo”, faixinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. Manaus: PGS-UFAM.
__________________ (2006). Os quilombos e a base de lançamento de foguetes de Alcântara: laudo antropológico V.2. Brasília: MMA.
ASSUNÇÃO, Matthias (2000). “Quilombos Maranhenses”. En: Reis, João José e Gomes, Flávio dos Santos (orgs.) Liberdade por um fio. História dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
AZEVEDO, Aluízio (1881). O Mulato. São Luís. Typ. Do Paiz.
BARIKCMAN, B. J. (1998-1999) “Até a Véspera”. Afro-Ásia N. 21-22 Salvador.
CARDOSO, Fernando Henrique (2003). Capitalismo e Escravidão do Brasil Meridional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
CARVALHO, José Murilo (2005). Pontos e Bordados: escritos de história e política. Belo Horizonte: EDUFMG.
CHALHOUB, Sidney (2012). A Força da Escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras.
COOPER, Frederik, HOLT, Thomas C. e SCOTT, Rebecca J (2005). Além da Escravidão: investigações sobre raça, trabalho, cidadania em sociedades pós-emancipação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
CORREA, Mariza (1998). As Ilusões da Liberdade: a escola de Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Bragança Paulista: EDUSF.
CUNHA, Manuela Carneiro (2012). Negros, Estrangeiros: os escravos libertos e sua volta à África. São Paulo: Companhia das Letras.
EISENBERG, PETER (1989). Homens Esquecidos: escravos e trabalhadores livres no Brasil – séc. XVIII e XIX. Campinas: Editora da UNICAMP.
FERREIRA, Justo Jansen. O Parto na Espécie Negra. Rio de Janeiro: Tipografia LAMMERT & C., 1887.
FANON, Franz (2005). Os Condenados da Terra. Juiz de Fora: Editora UFJF.
FARIA, Regina Helena (2012). Mundos do Trabalho no Maranhão Oitocentista: os descaminhos da liberdade. São Luís: EDUFMA, 2012.
___________________“Demografia, escravidão africana e agroexportação no Maranhão oitocentista”. Ciências Humanas em Revista, São Luís, v. 2, 2004a.
____________________. Controle Social e Resistência em Tempos de Liberdade: os Ecos da Escravidão. Comunicação na SBPC Regional. São Luís: 2004b (Manuscrito).
FERNANDES, Florestan (2008). A Integração do Negro na Sociedade de Classes: o legado da raça branca Vol 1. São Paulo Paulo: Global.
FRAGA FILHO, Walter (2006). Encruzilhadas da Liberdade: histórias de escravos e libertos na Bahia (1870-1910). Campinas: Unicamp.
GARCIA, Afrânio (1988). “Libertos e Sujeitos: sobre a transição para trabalhadores livres do nordeste.”. Revista Brasileira de Ciências Sociais V. 3 N. 7, São Paulo jun.
GOMES, Flavio dos Santos (2007). “Roceiros, Mocambeiros e as fronteiras da emancipação no Maranhão" In: CUNHA, Maria Olivia Gomes & GOMES, Flavio dos Santos. Quase-Cidadão: histórias e antropologias da pós-emancipação no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora.
GUIMARÃES, Antonio Sergio (2008). Preconceito Racial: modos, temas e tempos. São Paulo: Cortez.
IANNI, Octavio (1962). As Metamorfoses do Escravo. São Paulo: Difusão Europeia do Livro.
MATTOS, Hebe (2013). Das Cores do Silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, século XIX). Campinas: Editora da Unicamp.
MELLO, Evaldo Cabral de (1999). O Norte Agrário e o Império. Rio de Janeiro: Topbooks.
MESQUITA, Francisco de Assis Leal (1987). Vida e morte da economia algodoeira do Maranhão: uma análise das relações de produção na cultura do algodão (1850-1890). São Luís: EDUFMA.
MORAES, Nascimento (1915). Vencidos e Degenerados. São Luis: Tip. Ramos d´Almeida.
RAMOS, Guerreiro (1995). Introdução Crítica à Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Uerj.
SOARES, Luiz Eduardo (1981). Campesinato: Ideologia e Política. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
SOUZA FILHO, Benedito (2008). Bom Sucesso: terra de preto, terra de santo, terra comum. São Luís: EDUFMA.
SCHWARCZ, Lilia K (1993). Espetáculo das Raças. São Paulo: Ed. Companhia das Letras.
SKIDMORE, Thomas (1976). Preto no Branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro. São Paulo: Paz e Terra.
REIS, Flávio (2013). Grupos Políticos e Estrutura oligárquica no Maranhão. São Luís: Edição do Autor.
TOMICH, Dale (2011). Pelo Prisma da Escravidão: trabalho, capital e economia mundial. São Paulo: Edusp.
OUTROS MATERIAS
Periódicos
A Pacotilha (1889-1889)
O Paiz (1888-1889)
Diário do Maranhão (1877-1889)
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
You are entitled to freely share, adapt and use the work herein published for any legitimate purpose as long as authorship and the original source are acknowledged.