Em busca dos agudás da Bahia: trajetórias individuais e mudanças demográficas no século XIX
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i55.25487Abstract
Este texto analisa o movimento oitocentista de africanos que voltaram ao continente de nascimento. São identificadas três etapas principais de migração. A primeira e mais intensa foi entre 1835-37, na esteira da revolta dos Malês em Salvador. Nos anos 1840, números menores de africanos viajaram à África, geralmente empregados no comércio atlântico. Uma terceira fase surgiu depois do fim da importação de novos cativos africanos ao Brasil em 1850. Essas informações, complementadas por dados demográficos sobre gênero e nação, formam um pano de fundo para uma análise micro-histórica de trajetórias individuais. Na primeira e na terceira fases, os viajantes eram de ambos os sexos e frequentemente embarcavam em grupos ligados por diversos laços sociais, desde parentesco consanguíneo até relação senhorial, enquanto na segunda fase a maioria eram homens que voltaram posteriormente ao Brasil. Os dados aqui apresentados proporcionam novas reflexões sobre os variados motivos que impulsionaram africanos egressos do cativeiro a deixar o Brasil e levantam questionamentos sobre a permanência da instituição da escravidão nas suas vidas depois de libertos.
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