Pensar o animal

Autores

  • Beatriz MAC DOWELL

DOI:

https://doi.org/10.9771/rbda.v3i4.10455

Resumo

O homem antigo percebia os animais como seres dotados de
uma determinada dignidade ontológica. Para ele, esses seres possuíam,
além de uma qualidade estética superior, faculdades cognitivas e
sensitivas extremamente aguçadas como por exemplo uma capacidade
de observação e de previsão que nós homens estamos longe de possuir.
A consolidação do monoteísmo significa uma estagnação na concepção
dos direitos dos animais. Nele, de forma contrária ao que ocorria dentro
da visão religiosa pagã, a natureza vem sofrendo um longo processo de
dessacralização. Em conseqüência, categoricamente, impõe-se um abismo
entre o mundo dos homens e o mundo dos animais. Fundado no
pensamento cristão e no cartesianismo, o Capitalismo, em sua fase
industrial, ratifica esse entendimento, reduzindo o animal a pura matéria
prima, objeto de consumo como outro qualquer na produção desenfreada
de mercadorias. A ciência também é impregnada por essa ideologia,
sendo totalmente insensível aos anseios dos animais. Porém alguns
filósofos e estudiosos, alicerçados na atual etologia, vêm desenvolvendo
pesquisas que reconsideram os animais como objeto positivo de reflexão,
as quais estão trazendo resultados significativos no estudo do
comportamento animal. Essa parece ser uma esperança de no futuro a
humanidade estar mais próxima daquela forma de se pensar o animal.

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Publicado

2014-05-23

Como Citar

MAC DOWELL, B. (2014). Pensar o animal. Revista Brasileira De Direito Animal, 3(4). https://doi.org/10.9771/rbda.v3i4.10455

Edição

Seção

Doutrina Internacional