O escravo narrador na ficção de Pepetela
DOI:
https://doi.org/10.9771/rvh.v4i2.48784Palavras-chave:
Voz narrativa, Discurso e poder, Real e ficcionalResumo
O objetivo deste artigo é discutir a construção ficcional da voz narrativa em A Gloriosa Família – O tempo dos flamengos (1997), de Pepetela. A proposta de trabalho sobre o romance histórico do autor angolano é abrir alguns enunciados da obra, a partir
do seu pensamento sobre a noção de discurso e poder, buscando a multiplicidade de acontecimentos que operam nos jogos entre o real e o ficcional; entre o fato histórico e a suas versões imersas nas práticas histórico-sociais. A ideia é articular o foco narrativo em seu duplo movimento: as epígrafes que registram a História sobre a África, em especial Angola, durante os sete anos de dominação holandesa, e a narrativa conduzida pelo escravo-narrador-personagem, ou seja, a narrativa angolana sobre a história do processo colonialista luso-holandês no século XVII.
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