A construção de identidades políticas através da indumentária: uma análise do caso brasileiro no pós-independência

Autores

  • Camila Borges da Silva UERJ

DOI:

https://doi.org/10.9771/rvh.v11i2.47878

Palavras-chave:

Indumentária, Liberalismo, Independência do Brasil, Primeiro Reinado

Resumo

A indumentária é um elemento fundamental na construção de identidades visto se constituir em uma linguagem, por meio dos símbolos nela incutidos, que permite o reconhecimento daqueles que compartilham determinadas ideias, posicionamentos ou pertencimentos. Após a independência do Brasil, inúmeros elementos simbólicos foram incorporados à vestimenta apontando para projetos políticos diversos. Se por um lado, alguns buscavam representar por meio de roupas e acessórios a unidade territorial da entidade política imperial, outros marcavam, através destes instrumentos, uma cisão com os projetos dominantes. O objetivo do artigo é analisar como a indumentária se constituiu em um discurso de afirmação política entre a independência e o imediato pós-abdicação, mapeando a relação entre os signos indumentários e determinadas ideias políticas tanto de adesão ao centro do Império, quanto de questionamento a ele.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALEXANDRE, Valentim. A carta régia de 1808 e os tratados de 1810 In: OLIVEIRA, Luís Valente de e RICUPERO, Rubens (orgs). A Abertura dos Portos. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.

ARRUDA, José Jobson de Andrade. Uma colônia entre dois impérios: a abertura dos portos brasileiros. 1800 – 1808. São Paulo: EDUSC, 2008.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CRANE, Diana. A moda e seu papel social: classe, gênero e identidade das roupas. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.

DEBRET, Jean Baptiste. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. 2v. Belo Horizonte: Livraria Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978.

DEMURGUER, Alain. Os cavaleiros de Cristo: as Ordens Militares na Idade Média (sécs. XI-XIV). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

DRUMMOND, Antônio de Menezes Vasconcellos de. Anotações à sua biografia. In: Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1890, v.13.

FERREIRA, Gabriela Nunes Ferreira. Conflitos no rio da Prata. In: GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo (orgs). O Brasil Imperial, volume I: 1808-1831. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p.309-341.

MACHADO, André Roberto de Arruda. A quebra da mola real das sociedades. A crise política do Antigo Regime Português na província do Grão Pará (1821-1825). 2006. Tese (Doutorado em História). Universidade de São Paulo, São Paulo.

MATTEUCCI, Nicola. Liberalismo. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola e PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. vol.2. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Brasília: Editora UNB, 2004.

MELLO, Evaldo Cabral de (org.). Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. São Paulo: Ed.34, 2001.

MELLO, Evaldo Cabral de. A outra independência: o federalismo pernambucano de 1817 a 1824. São Paulo: Ed.34, 2004.

MOREL, Marco (org.) Sentinela da Liberdade e outros escritos (1821-1835). São Paulo: EDUSP, 2008.

MOREL, Marco. Vestimentas patrióticas, identidade nacional e radicalismo político no Brasil em torno de 1831. In: CARVALHO, José Murilo de; PEREIRA, Miriam Halpern; RIBEIRO, Gladys Sabina; VAZ, Maria João (orgs). Linguagens e fronteiras do poder. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011, p.155-171.

NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Corcundas e constitucionais: a cultura política da independência (1820-1822). Rio de Janeiro: Revan: Faperj, 2003.

OLIVAL, Fernanda. As Ordens Militares e o Estado Moderno. Honra, Mercê e Venalidade em Portugal (1641-1789). Lisboa: Estar Editora, 2001.

PINHEIRO, Artidoro Augusto Xavier. Organização das Ordens Honoríficas do Império do Brasil. São Paulo: Typographia de Jorge Seckler & C, 1884.

POLIANO, Luiz Marques. Ordens honoríficas do Brasil (história, organização, padrões, legislação). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943.

ROCHA, Maria Diaz e QUEIROZ, Mônica. O significado da cor na estampa do tecido popular: a chita como estudo de caso. In: Anais do 6º Colóquio de Moda. Disponível em: <http://www.coloquiomoda.com.br/anais/6-coloquio-de-moda.php>

ROCHE, Daniel. A cultura das aparências: uma história da indumentária (séculos XVII-XVIII). São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.

SILVA, Camila Borges da. As ordens honoríficas e a Independência do Brasil: o papel das condecorações na construção do Estado Imperial brasileiro (1822-1831). 2014. Tese (Doutorado em História). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

SILVA, Camila Borges da. O símbolo indumentário: distinção e prestígio no Rio de Janeiro (1808-1821). Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 2010.

SOUZA, Iara Lis Carvalho. Pátria Coroada: o Brasil como corpo político autônomo – 1780-1831. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999, p. 250 e 251.

TRIGUEIROS, Antônio Forjaz Pacheco. As Ordens Militares portuguesas no Império do Brasil 1822-1889. In: Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.43, 2011, pp.201-230.

Downloads

Publicado

2018-12-28

Edição

Seção

Artigos para Dossiê