Fala negra: pode um trabalho vocal tornar-se um ato político?
DOI :
https://doi.org/10.9771/r.v10i30.25057Mots-clés :
ancestralidade, negritude, corpo, voz, pratica teatralRésumé
RESUMO - Este texto analisa uma proposição de trabalho vocal para teatro, utilizando-a para discutir a potência das práticas políticas. Com efeito, problematiza-se a noção de corpo-voz como prática política, não apenas no sentido da temática, do que é efetivamente dito, mas também na relação com as noções de palavras praticadas e de corpo que fala a partir de sua existência-inscrição e, mesmo, de sua inserção em determinados espaços de saber e poder. Para tanto, faz-se uso dos conceitos como negritude, ancestralidade, corpóreo vocal, a partir da interlocução com autores como Aimeé Cesaire, Carlos Moore, Eduardo David de Oliveira, Michel Foucault. Tal discussão foi empreendida com base nas práticas realizadas em uma disciplina, num curso de graduação em teatro, numa universidade pública brasileira. Nesse sentido, a pesquisadora traça um percurso desde os seus cultivos corpóreo vocais de mulher negra até componentes de uma formação universitária teatral como aluna e, depois, como professora pesquisadora. Enfim, delineia-se a ideia de uma constituição vocal como algo para além das fronteiras da própria prática teatral, ainda que tomando esses lócus como fonte de experimentação e análise.
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