A NECESSIDADE HISTÓRICA DA CULTURA CORPORAL: possibilidades emancipatórias em áreas de reforma agrária - MST/Bahia
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v3i1.9506Palavras-chave:
Cultura, Cultura corporal, MST, Emancipação humana, RevoluçãoResumo
Esse estudo tem como problemática central o desenvolvimento da cultura corporal em áreas de reforma agrária e seus nexos com o projeto de formação revolucionário da classe trabalhadora, no caso do MST/ Regional Recôncavo, no estado da Bahia. Para atingir o objetivo da pesquisa, realiza estudo sobre a produção e a reprodução do ser social, a interdependência dos complexos sociais e a questão do complexo da cultura, buscando demonstrar as bases e os princípios da cultura corporal, sua necessidade histórica e sua forma predominante na sociedade do capital. Com base no Materialismo Histórico e Dialético, realiza a investigação sobre a participação da cultura corporal na política cultural do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, a partir de documentos e textos do MST, entrevistas e pesquisa de campo no assentamento Menino Jesus, localizado na Regional Recôncavo – MST/Bahia. Entre os resultados alcançados na pesquisa, destacam-se: a) a presença da cultura corporal na produção teórica do MST é ínfima, apesar de existir uma vasta produção sobre cultura de forma geral; b) independente da sistematização teórica, as práticas da cultura corporal existem de forma significativa nos assentamentos; c) as atividades da cultura corporal realizadas em áreas de reforma agrária assemelham-se à perspectiva hegemônica, no que se refere ao trato dos conteúdos; d) a formação dos Sem Terra impõe um olhar crítico próprio da sua luta diária sob os elementos da cultura corporal, promovendo indícios de uma perspectiva contra-hegemônica; e) as crianças e jovens Sem Terra são os responsáveis pelo impulsionar das práticas corporais; f) a precária produção da existência nos assentamentos e acampamentos limita o desenvolvimento da cultura corporal. A partir das discussões desenvolvidas, é possível concluir que a cultura corporal desenvolvida em áreas de reforma agrária expressa as contradições próprias da luta de classe enfrentada pelo MST, apresentando os germes de uma perspectiva emancipatória, apontando os indícios de uma cultura corporal que supere a forma hegemônica da sociedade capitalista. No entanto, essas experiências estão ameaçadas pelas precárias condições da produção da existência nas áreas de reforma agrária e seu avanço limitado pelas vitórias da classe trabalhadora. É perceptível nessas atividades a presença do novo sendo gestado no seio do ‘velho/atual’ em degeneração.
Palavras-chave: Cultura; Cultura corporal; MST; Emancipação humana; Revolução.
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