Reformas educacionais, Protagonismo Juvenil e Grêmio Estudantil: a produção do indivíduo resiliente.
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v3i1.9505Palavras-chave:
Reformas Educacionais, Grêmio Estudantil, Protagonismo Juvenil.Resumo
Este escrito traduz pesquisa (bibliográfica, documental e exploratória) desenvolvida na rede estadual de ensino de Sorocaba, com a finalidade de observar e problematizar o papel do Grêmio Estudantil entendido como um dos espaços que referenciam o processo de formação dos indivíduos. Assumi como hipótese inicial que a prática do protagonismo juvenil, difundido no contexto das reformas educacionais, propicia a formação de um indivíduo resiliente, apto às demandas de um mundo em constante transformação, que valoriza o empreendedorismo e o trabalho voluntário. A discussão sobre a relação entre as reformas educacionais ocorridas nos anos 90 do Século passado e a configuração do Grêmio Estudantil nos dias de hoje, objetiva investigar a formação do indivíduo a partir de sua participação nesta entidade estudantil, entendida como espaço de trabalho coletivo. A participação do Grêmio Estudantil na unidade escolar é um projeto institucionalizado desde 1998 pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, que entende esta associação como organismo de exercício da cidadania e ferramenta pedagógica que fomentaria nos jovens uma série de atributos vinculados aos ideais coletivos em detrimento de valores individuais. As relações e mediações entre o Protagonismo Juvenil, a Resiliência e a atuação do Grêmio Estudantil na escola, têm como uma de suas determinantes a política delineada por organismos internacionais, ratificada no Brasil com o Plano Decenal de Educação, momento em que as escolas passam a ser vistas como espaço ideal para a materialização de um projeto político de formação de um novo cidadão. Com o processo investigativo desenvolvido: a) num primeiro momento foram realizados relatórios oriundos da observação das reuniões de Grêmios Estudantis promovidas pela Diretoria de Ensino de Sorocaba e b) num segundo momento, com anotações elaboradas em rodas de conversas informais com integrantes do Grêmio Estudantil e o seu respectivo Professor Coordenador; é possível concluir que o Grêmio Estudantil transforma-se tendencial e predominantemente num espaço de propostas assistencialistas que despolitiza a ação de seus sujeitos, encaminhando os jovens à adaptação e não à problematização da realidade social em curso. As ações realizadas no âmbito dessa entidade eliminam toda e qualquer premissa política e ideológica, indicando ao jovem que estas determinações são para o futuro e que não fazem parte da sua construção histórica enquanto ser humano. Este suposto considera duas dimensões que delimitam esse processo: a origem e os desdobramentos históricos do movimento estudantil secundarista e a estratégia reformista, especificamente no âmbito da educação escolar, desenvolvida pelo Estado brasileiro a partir dos anos noventa do Século passado.
Palavras-Chave: Reformas Educacionais. Grêmio Estudantil. Protagonismo Juvenil.
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