A sociedade da classe, da raça e das mulheres negras: aproximações possíveis, decolonizações necessárias
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v16i2.56908Palavras-chave:
Marxismo, Mulheres negras, Quilombo, Lutas sociaisResumo
O artigo apresenta apontamentos em relação à vigência de alguns conceitos marxistas ante a atual conjuntura sociopolítica e histórica, tendo como parâmetro as lutas das mulheres negras, em especial as mulheres quilombolas. Recuperam-se autoras negras que, entre outros/as que se filiam a essa orientação teórica, ao transversalizarem às suas vivências, contribuem de modo a preencher as possíveis lacunas da teoria marxista, sobretudo quanto às temáticas de raça e de gênero. Com essa base, concebe-se uma reflexão acerca do que é necessário, hoje, às lutas voltadas à transformação do modelo social excludente que persiste através das gerações.
Downloads
Referências
ALMEIDA, S. L. de. Racismo Estrutural. São Paulo : Ed. Pólen, 2019.
ANDERSEN, K. B. Marx nas margens: nacionalismo, etnia e sociedades não ocidentais. Rio de Janeiro: Ed. Boitempo, 2019.
AZEVEDO, A.F. As geografias culturais do corpo. In: AZEVEDO, Ana Francisca de. et. al. Georgrafias do corpo: ensaios de geografia cultural. Lisboa: Editora Figueirinhas, 2009.
BANKOLE, K. Mulheres africanas nos Estados Unidos. In: NASCIMENTO, E. L. (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. Sankofa: Matrizes Africanas da Cultura Brasileira; São Paulo: Selo Negro Edições, 2009. p. 253-275
BARBOSA, Muryatan. Apresentação à Edição Brasileira in: ROBINSON, C. Marxismo negro: A criação da Tradição Radical Negra. S.Paulo: Perspectiva, 2023.
BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
BORGES, R. Feminismos negros e marxismos: quem deve a quem? Revista da Boitempo. Dossiê: Marxismo e a questão racial. Número 27, 2O Semestre de 2016.
BRASIL. Decreto n. 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Oficial da União, Brasília, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm. Acesso em: 19 abr. 2021.
CARNEIRO, S. Sobrevivente, testemunha e porta-voz. Entrevista a Bianca Santana. Revista Cult, São Paulo, 9 maio 2017. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/sueli-carneiro-sobrevivente-testemunha-e-porta-voz/. Acesso em: 02 jun. 2021.
COLLINS, P. H. O que é um nome? Mulherismo, Feminismo Negro e além disso. Cadernos Pagu, Campinas, n. 51, e175118, 2017.
DAVIS, A. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Ed. Boitempo, 2016.
DAVIS, A. Mulheres , Cultura e Política. S. Paulo: Ed. Boitempo, 2017.
FANON, F. Peles Negras, Máscaras Brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. S. Paulo: Ed. Paz e Terra, 1996.
FEDERICCI, S. Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpo e Acumulação Primitiva. São Paulo: Ed. Elefante, 2017.
GONZALEZ, L. Cultura, etnicidade e trabalho. In: GONZALEZ, Lélia. Primavera para as Rosas Negras. São Paulo: Diáspora Africana/Editora Filhos da África, 2018.
HAMRAOUI, Éric. Trabalho vivo, subjetividade e cooperação: aspectos filosóficos e institucionais. Cad. Psicol. Soc. Trab., São Paulo, v. 17, n. spe. 1, p. 43-54, v.17, p.43-54.
IANNI, O. A racialização do mundo. Tempo Social, São Paulo, USP, v. 8, n. 1, p. 1-23, maio 1996.
KELLEY, R. D. G. O que Cedric Robinson quis Dizer com Capitalismo Racial? Ideias Invisíveis, 07 set. 2020. Disponível em: https://quilomboinvisivel.com/2020/09/07/o-que-cedric-robinson-quis-dizer-com-capitalismo-racial/. Acesso em: 12 jun. 021.
KERGOAT, D. Divisão social do Trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, Helen. et.al. (Org.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: Ed. Unesp, 2001?
LORDE, A. As ferramentas do mestre nunca vão desmantelar a casa-grande. Tradução de Tatiana Nascimento. In: LORDE, A. Sister outsider: essays and speeches. New York: The Crossing Press Feminist Series, 1984. p. 110-113.
LORDE, A. Sou sua irmã. Escritos reunidos. São Paulo: Ubu Editora, 2020.
LÖWY, M. Marxismo só tem sentido como um pensamento aberto. Entrevista a Ricardo Machado. IHU On Line. Revista do Instituto Humanitas Unisinos, São Leopoldo, n. 525, ano XVIII, p. 33-36, jul. 2018.
LUGONES, M. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3):320, setembro-dezembro-2014.
MARX, Karl. O Capital. Crítica da Economia Política. Livro 1: O processo de produção do capital. Tradução Rubens Enderle. S. Paulo: Ed. Boitempo, 1998.
MBEMBE, A. Necropolítica. 3.ed. S. Paulo: n-1 Edições, 2018.
MENEGAT, M. Impacto destrutivo do capitalismo já é maior do que todas as destruições do planeta. Entrevista a João Vitor Santos. IHU On Line. Revista do Instituto Humanitas Unisinos, São Leopoldo, n. 525, ano XVIII, p. 56-63, 30 jul. 2018.
MUNANGA, Kabenguele. O mundo e a diversidade. Questões em debate. Estudos Avançados 36 (105), 2022
NASCIMENTO, B. Quilombola e Intelectual: possibilidades nos dias da destruição. São Paulo: Ed. Filhos da África, 2018.
NUNES, G.H. L. Ser mulher, sul mulher: “ a gente tem que fazer vento”. In: SILVA, J.; PEREIRA, A.M. O movimento de mulheres negras: escritos sobre os sentidos de democracia e justiça no Brasil. Belo Horizonte: Ed. Nandyala, 2014.
NUNES, G.H.L. Cartografias do sul do país e pedagogias parta uma educação escolar quilombola. In: SOUZA, Edileuza.et.al. Memória, territorialidade e experiência de educação escolar quilombola. Pelotas: Ed. da UFPel, 2016.
NUNES, G.H.L; MARQUES, S.M. Narrativas quilombolas, a pluralidade na luta das mulheres e o descentramento de estratégias políticas. Currículo sem Fronteiras, v. 19, n. 2, p. 566-594, maio/ago. 2019
OYEWÙMI, O. Conceitualizando gênero: a fundação eurocêntrica de conceitos feministas e o desafio de epistemologias africanas. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze et.al.. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. S. Paulo: Ed. Autêntica, 2018.
QUIJANO, A. Colonialidade do Poder e Classificação Social. In: SANTOS, B. S.; MENEZES, M. P. (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Ed. Cortez, 2010. p. 73-118.
ROBINSON, C. Capitalismo racial: el carácter no objetivo del desarrollo capitalista. Tabula Rasa, Bogotá, n. 28, p. 23-52, jan./jun. 2018.
ROBINSON, C. Marxismo negro: A criação da Tradição Radical Negra. S.Paulo: Perspectiva, 2023.
SANTOS, J. V. Uma leitura marxiana para iluminar as reflexões sobre a realidade brasileira. IHU On Line. Revista do Instituto Humanitas Unisinos, São Leopoldo, n. 525, ano XVIII, p. 8-15, jul. 2018.
HOOKS, bell. Ensinando a transgredir- A educação como prática de liberdade. S. Paulo: Ed. Martins Fontes, 2019.
TODAY Jr.
TRINDADE, Solano. O Poeta do Povo. São Paulo: Cantos e prantos editora, 1999.
VARIKAS, E. Lutas Sociais, São Paulo, vol.19 n.34, p.53-69, jan./jun. 2015
VERGÈS, F. Um feminino decolonial. São Paulo: Ubu Editora, 2020.
WALKER, A. In Search of Our Mothers’ Gardens. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1983.
WALSH, C. Gritos, gretas e semeaduras de vida: entreteceres do pedagógico e do colonial. In: SOUZA, S. R. M.; SANTOS, L. C. (Org.). Entre-linhas: educação, fenomenologia e insurgência popular. Salvador: EDUFBA, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Germinal: marxismo e educação em debate
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autoras e autores que publicam na revista Germinal: marxismo e educação em debate concordam com os seguintes termos:
- Mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).