Possibilidades interventivas às opressões de gênero nas ofensivas capitalistas: a experiência educacional com migrantes do programa “Mulheres Sim” do IFSC/Joinville
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v15i3.54635Palavras-chave:
Extensão universitária, Formação de mulheres migrantes, Projeto educacional integração socialResumo
As mulheres encampam uma extensa luta por igualdade de direitos e acesso igualitário aos espaços sociais de poder no interior da sociedade capitalista, de modo que a discriminação naturalizada obriga as mulheres a lutarem duas vezes: contra o capitalismo e contra a opressão masculina. No entanto, como diria Elisabeth Souza-Lobo “A classe operária tem dois sexos”, por isso, trata-se de um processo e uma luta conjunta, não sendo possível empreender em ordem sequencial: vencer o capitalismo para só então superar outras formas de opressão. São coisas indissociáveis e enfrentadas ao mesmo tempo. Por isso, queremos aqui apresentar a experiência do Programa “Mulheres Sim” no IFSC, em especial a do Câmpus Joinville, como possibilidade interventiva às opressões de gênero na sociedade capitalista, a qual comprova que a Universidade possui meios para propor novas práticas socioculturais na sociedade, proporcionando o empoderamento de grupos oprimidos através do conhecimento crítico, mas também prático quando o relaciona com a profissionalização para a autonomia.
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