A construção do negro enquanto um não-ser na Modernidade: a fábrica de sujeitos raciais e suas implicações para as engrenagens do capitalismo no ontem e no hoje
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v14i2.49502Palavras-chave:
Capitalismo, Sujeito racial, Não-ser, Racismo, ClassismoResumo
O presente texto visa analisar a edificação histórico-social do ser negro enquanto um outro na modernidade, cuja condição socioeconômica e simbólica foi mantida, ainda que redesenhada, no âmago das sociedades capitalistas historicamente racializadas. Falamos de uma condição de não-ser, de sujeito-mercadoria desumanizado pela gênese do mundo colonial e o parto duplo do capitalismo e da escravidão racial. Buscamos trabalhar duas hipóteses apresentadas ao longo do escrito: a primeira, voltada para o referido caráter dúplice da experiência negra; a segunda, por sua vez infere que a fabricação dos sujeitos raciais foi e é o meio por onde o não-ser negro é recriado como condição estrutural da dialética capitalista.
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