O capital de Marx sob a perspectiva do colapso ambiental: do fetichismo da mercadoria à ruptura metabólica
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v13i2.44862Palavras-chave:
Marx, capital, natureza, ecologia, metabolismoResumo
Este artigo objetiva uma leitura panorâmica de O capital, de Karl Marx, à luz da catástrofe ambiental contemporânea. Apoiando-se em bibliografia de teóricos ecossocialistas que realizaram uma leitura filológica e sistemática dos aspectos da obra marxiana mais relevantes dentro de uma perspectiva ecológica, percorrem-se alguns dos eixos principais de O capital. De início, são explicitadas as consequências para o metabolismo social com a natureza implicadas na forma-mercadoria e no seu fetichismo. Em seguida, os desenvolvimentos que o modo de produção capitalista efetiva em sua circulação e produção (crises, aumento das forças produtivas, lei da queda tendencial da taxa de lucro, financeirização, intensificação das velocidades) são retomados em sua significância ambiental. Por fim, conclui-se o artigo apontando como, na investigação sobre a renda da terra, sob a influência de Liebig, Marx conceitualiza o colapso ambiental gerado pelo modo de produção capitalista a partir da noção de ruptura metabólica –contraposta por Marx a um modelo de sociedade futura que busque ativamente a preservação e a melhora da natureza para as gerações futuras.
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