A educação bancária, "com um Itaú de vantagens"
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v13i1.43748Palavras-chave:
Trabalho, Educação, Privatização.Resumo
Resumo: O artigo apresenta a privatização da educação em curso como processo de subsunção empresarial do trabalho social, a partir de um estudo das mudanças da relação entre trabalho e educação diante de dois processos simultâneos, presididos por empresas e bancos: a criação de um mercado de trabalho informal de educação e a subordinação da educação formal estatal. A exposição se divide em duas partes, que correspondem ao duplo aspecto da transformação, o exame do trabalho educativo, seguido da análise da formação da juventude trabalhadora. Tendo por objeto os trabalhos sociais do Itaú, parte-se da conversão da metáfora Freireana em expressão da reconfiguração material da educação e conclui-se com os efeitos regressivos na relação entre as classes.
Downloads
Referências
ADORNO, T. W. Emancipação e educação. Trad. Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
ADRIÃO, T. Dimensões e Formas da Privatização da Educação no Brasil: caracterização a partir de mapeamento de produções nacionais e internacionais. Currículo Sem Fronteiras, v. 18, n. 1, p. 8-28, jan/abr. 2018.
ANDERSON, P. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, E.; GENTILI, P. (Org). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. p. 9-23.
ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. 1. Ed. São Paulo: Boitempo,2018.
ARANTES, P. E. Esquerda e Direita no Espelho das Ongs. In: ARANTES, P. E. Zero à esquerda. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2004. p. 165-189. (Coleção Baderna).
BENJAMIN, W. Uma pedagogia Comunista. In Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. Duas cidades, 2006.
BERNARDO, J. Democracia Totalitária: teoria e prática da empresa soberana. São Paulo: Cortez, 2004.
BRECHT, Bertolt. A Santa Joana dos Matadouros. Tradução e apresentação de Roberto Schwarz. SãoPaulo: Cosac Naify, 2001 (1.ªreimpressão 2009), 218 p.
BRECHT, Bertolt. A opera dos três vinténs. In BRECHT, B. Teatro completo, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992.
CATINI, C. Empreendedorismo, privatização e o trabalho sujo da educação. Revista USP, [S.l.], n. 127, p. 53-68, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/180045. Acesso em: 7 mar. 2021.
CHAMAYOU, G. A sociedade ingovernável: uma genealogia do liberalismo autoritário. Trad. Letícia Mei. São Paulo: Ubu editora, 2020. (Coleção Explosante).
DRUCKER, P. Administração de Organizações sem fins lucrativos. 4ª ed. São Paulo: Pioneira, 1997. 167 p.
EDELMAN, BERNARD. O direito captado pela fotografia: elementos para uma teoria marxista do direito. Trad. Soveral Martins e Pires de Carvalho, Coimbra, Centelha, 1976.
EVANGELISTA, O.; TRICHES, J. Professor(a): a profissão que pode mudar um país?. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 15, n. 65, p. 178–200, out. 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8642704. Acesso em: 7 mar. 2021.
EVANGELISTA, O.; SOUZA, A. Pandemia! Janela de oportunidade para o capital educador. Contrapoder. 20 de abril de 2020. Disponível em: https://contrapoder.net/colunas/pandemia-janela-de-oportunidade-para-o-capital-educador/. Acesso em: 7 mar. 2021.
FONTES, V. Capitalismo, imperialismo, movimentos sociais e lutas de classes. Em Pauta, Rio de Janeiro, n. 21, p. 23-36, 2008.
FONTES, V. Hegemonismos e política: que democracia? In: MATTOS, M. B. (Org.). Estado e formas de dominação no Brasil contemporâneo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Consequência, 2017. p. 207-236.
FREITAS, L. C. A reforma empresarial da educação: nova direita, velhas ideias. São Paulo, Expressão Popular, 2018
FUNDAÇÃO ITAÚ PARA A EDUCAÇÃO E CULTURA. Demonstrações contábeis em 31 de dezembro de 2019 e Relatório do auditor independente. São Paulo, 2019. Disponível em: https://fundacaoitau.org.br/assets/documents/demonstracao-financeira-2019.pdf?40. Acesso em: 7 mar 2021.
FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL; CENPEC. Jovens urbanos: marcos conceituais e metodológicos. São Paulo: Fundação Itaú Social, 2013. E-book.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GALEANO, E. De pernas para o ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre. L&Pm Editores, 2010.
GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, out.-dez. 2010.
ITAÚ CULTURAL. Não-fronteiras: universos da educação não-formal. Prefácio: Olga Rodrigues de Moraes von Simson; texto: Maria da Glória Gohn; dados quantitativos: Renata Sieiro Fernandes; Ilustração: Andrés Sandoval; Mariana Zanetti. São Paulo: Itaú Cultural, 2007. 96 p. [ebook]
ITAÚ EDUCAÇÃO E TRABALHO. Educação profissional e tecnológica emancipatória: juventudes e trabalho. São Paulo: Fundação Itaú para a Educação e Cultura, 2020.
KUENZER, A. Trabalho e Escola: A Flexibilização Do Ensino Médio No Contexto Do Regime De Acumulação Flexível. Educ. Soc., Campinas, v. 38, n. 139, p. 331-354, abr.-jun., 2017.
LAVAL. C. et al. La nouvelle école capitaliste. Paris, Éditions La Découverte, 2012.
LAVAL, C. Para a crítica da educação neoliberal - Entrevista com Christian Laval. [Entrevista cedida a] Carolina de Roig Catini. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 22, n. 4, p. 1031–1040, 2020. DOI: 10.20396/etd.v22i4.8658365.
MARCUSE, H. Prólogo. In: MARX, K. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. Tradução e notas: Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2011. (Coleção Marx-Engels)
MARTINS, E. M. Empresariamento da educação básica na América Latina: redes empresariais em prol da educação. Universidade e Sociedade / Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - Ano I, no 1 (fev. 1991). Brasília: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. 2019..
MARX, K. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. Tradução e notas: Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2011. (Coleção Marx-Engels).
MARX, K. O capital: crítica da economia política. (Livro I, Tomo I). São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996.
MCGANN, J. G. 2019 Global Go To Think Tank Index Report. TTCSP Global Go To Think Tank Index Reports, Pennsylvania, n. 17, 2020. Disponível em: https://repository.upenn.edu/think_tanks/17. Acesso em: 7 mar. 2021.
MELLO, G. N. Professores da educação básica pública: parte do problema e parte da solução. Compromisso Campinas, 2014. Online. Disponível em: https://compromissocampinas.org.br/wp-content/uploads/2014/04/PROFESSORES-DA-EDUCACAO-BASICA-PUBLICA_Guiomar-Namo-de-Mello.pdf. Acesso 19/02/2021.
MELLO, G. N. O professor precisa de uma formação mais prática. Sul 21. 24 mar. 2011. Disponível em: https://www.sul21.com.br/noticias/2011/03/guiomar-namo-de-mello-professor-precisa-de-uma-formacao-mais-pratica/. Acesso em: 7 mar. 2021
MOTTA, V. C. Investimento Social Privado Em Educação: Desmonte Do Caráter Público Da Educação. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 16, n. 68, p.323-337, jun. 2016. DOI: 10.20396/rho.v16i68.8644082. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8644082. Acesso em: 7 mar. 2021.
NEVES, L. M. W. A sociedade civil como espaço estratégico de difusão da nova pedagogia da hegemonia. In: NEVES, L. M. W. A nova pedagogia da hegemonia: estratégias do Capital para educar o consenso. São Paulo: Xamã, 2005. p. 85-125.
NEVES, L. M. W. (Org.). Direita para o social e esquerda para o capital: intelectuais da nova pedagogia da hegemonia no Brasil. São Paulo: Xamã, 2010.
PACHUKANIS, E. A teoria geral do direito e o marxismo e ensaios escolhidos (1921-1929). Editora Sundermann, Coleção Ideias Baratas, SP, 2017.
PEREIRA, J. N.; EVANGELISTA, O. Quando o capital educa o educador: BNCC, Nova Escola e Lemann. Movimento-Revista de Educação, Niterói, ano 6, n. 10, p. 65-90, jan./jun. 2019.
PERONI, V. M. V.; CAETANO, M. R. Atuação em Rede e o Projeto Jovem de Futuro: a privatização do público. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 41, n. 2, p. 407-428, jun. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362016000200407&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 7 mar. 2021.
PIOLLI, E.; SALA, M. Reforma do Ensino Médio e a formação técnica e profissional. Revista USP, [S. l.], n. 127, p. 69-86, 2020. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i127p69-86. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/180047. Acesso em: 8 mar. 2021.
RAMOS, M. N. Sem educação não haverá futuro: uma radiografia das lições, experiências e demandas deste início de século 21. São Paulo: Moderna, 2019. 104 p.
STIEGLER, Barbara. Il faut s’adapter: sur um nouvel impératif politique. Paris, Gallimard, 2019.
STREECK, W. Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo democrático. São Paulo: Boitempo Editorial, 2018.
TODOS PELA EDUCAÇÃO. Compromisso Todos Pela Educação: bases éticas, jurídicas, pedagógicas, gerenciais, político-sociais e culturais. São Paulo: Todos Pela Educação, 2006.
TRAGTENBERG, M. Administração, poder e ideologia. São Paulo: Editora Unesp, 2005. (Coleção Maurício Tragtenberg).
URBINI, L.F. Educação integral e capital financeiro: a participação do Itaú Unibanco nas políticas públicas de educação entre 2002 e 2014. 2015. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2015.
VENCO, S.; SOUSA, F. O crepúsculo da função pública: distopia ou realidade? Revista Educación, Política y Sociedad, v. 6, n. 1, p. 149-176, 1 ene. 2021.
VIANA, Silvia. Rituais de sofrimento. São Paulo, Boitempo, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autoras e autores que publicam na revista Germinal: marxismo e educação em debate concordam com os seguintes termos:
- Mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
