O golpe sobre o trabalho: retrocesso e desumanização
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v11i2.29072Palavras-chave:
Reforma Trabalhista, Trabalho, Alienação, Emancipação Humana.Resumo
Neste artigo analisamos os aspectos desumanizadores da Reforma Trabalhista, aprovada pelo governo de Michel Temer no ano de 2017. A partir das categorias Labor e Work (HELLER, 1998) apresentamos um debate sobre a contradição trabalho criador e trabalho alienação, destacando o processo de desumanização presente nas formas alienadas de trabalho. A Reforma Trabalhista por sua vez, apresenta um retrocesso na esfera trabalhista, restituindo à normalidade velhas formas de abuso da extração de mais-valia. As formas de intensificação e ampliação da jornada de trabalho se conformam, deste modo, como traços desumanizadores do trabalho, um estágio em que sua retração sobre os indivíduos não os permite reconhecerem sua humanidade e nem mesmo as características animais naturais podem ser reconstituídas. Por fim apontamos a luta pela redução da jornada de trabalho como particularidade da emancipação humana. O trabalho criador, o tempo livre e a sua apropriação qualitativa, por meio da educação e da cultura seriam de fato o caminho para a autorrealização (Selbstverwirklichung) dos indivíduos.
Downloads
Referências
BRAGA, R. A política do precariado: do populismo à hegemonia lulista. São Paulo: Boitempo, 2012.
BRASIL. LEI 13.467/2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília-DF, 2017.
BRASIL. LEI N° 13.415/2017. Diário Oficial da União. Ano CLIV N. 35, Brasília, 17 fevereiro de 2017b, Seção 1, p.1-3.
BRASIL. EMENDA CONSTITUCIONAL No 95. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Brasília-DF, 2016.
HELLER, A. Sociologia de la vida cotidiana. Tradução para o espanhol: Enric Pérez Nadal. 5ªed. Barcelona: Penísula, 1998.
JORNAL VALOR ECONÔMICO. Retorno sobre patrimônio líquido de bancos subiu com Lula e caiu com Dilma. [on-line] 12 de setembro de 2014. Disponível em: <http://www.valor.com.br/eleicoes2014/3692628/retorno-sobre-patrimonio-liquido-de-bancos-subiu-com-lula-e-caiu-com-dilma> Acesso em: 12 de maio de 2018.
LUKÁCS, G. Para uma ontologia do ser social II. Trad. Nélio Schneider, Ivo Tonet e Ronaldo Vielmi Fortes. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, K. O Capital: o processo de produção do capital. Livro1. Volume I. 27ed. Trad.Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. Trad. Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, Livro III, vol. VI, 1971.
MARX, K. Manuscritos, economia y filosofia. 11ªed. Tradução para o espanhol: Francisco Rubio Llorente. Madrid: Alianza Editorial, 1985.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autoras e autores que publicam na revista Germinal: marxismo e educação em debate concordam com os seguintes termos:
- Mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).