Marxismo e educação no Brasil (1922-1935): o discurso do PCB e de seus intelectuais
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v9i3.23007Palavras-chave:
Marxismo, PCB, educação, revoluçãoResumo
O objetivo da pesquisa foi analisar historicamente a concepção de educação contida nos documentos do Partido Comunista Brasileiro em relação à concepção de revolução que defendia no período de 1922 a 1935. Com base nesse interesse, selecionamos alguns documentos do Partido bem como publicações de seus integrantes e simpatizantes do período. O desafio foi identificar as combinações explicativas que os marxistas usavam para construir seu debate político, sua ação e seu entendimento sobre a educação no processo social, em relação ao contexto histórico e teórico da época. Inicialmente nos propusemos a refletir sobre a relação entre concepção de educação e revolução em Marx e Engels, em autores liberais que influenciaram o debate educacional brasileiro e nos teóricos bolcheviques que, naquele momento, influenciaram as políticas soviéticas. Com base nestas reflexões, dedicamo-nos à leitura dos documentos pecebistas, de modo a verificar como foi traduzida a concepção marxista de revolução e de educação para a realidade brasileira. Após verificar que os pioneiros do marxismo transpuseram para o Brasil uma concepção etapista e bipolar da história, passamos a pesquisar como esta concepção interferia no entendimento do partido sobre a educação. No decorrer do estudo, apreendemos que o PCB atribuía maior importância e concentrava maiores esforços na educação militante e no tocante à temática escolar, seguia os passos trilhados pelo debate europeu e norte-americano, no qual a escola pública aparece como uma necessidade que crescia com o desenvolvimento do processo produtivo e social. Assim, percebemos que pecebistas e representantes das idéias liberais reformistas no Brasil não apresentavam divergências quanto ao projeto de reforma escolar. Aliás, no projeto de reforma educacional, os pecebistas, pela sua perspectiva etapista da história, comungaram com a concepção escolanovista, naquilo que ela tinha de mais avançado na perspectiva do desenvolvimento da produção, encampando muitos de seus elementos pedagógicos. Esse dado, relacionado à concepção etapista e bipolar pecebista, nos permite afirmar que a concepção de educação e os projetos revolucionários, mais do que resultados de um processo linear da história ou simples reflexo ideológico deste ou daquele grupo social, expressam a perspectiva histórica de uma época, que se constroem em determinadas condições materiais, teóricas e necessidades sociais.Downloads
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