Ementa do dossiê A ditadura empresarial-militar, o grande capital e as lutas de classes no Brasil (v.16, n.1, 2024)

2024-01-18

A revista Germinal: marxismo e educação em debate comunica a abertura de submissões de artigos para o dossiê A ditadura empresarial-militar, o grande capital e as lutas de classes no Brasil que será publicado no vol.16, n.1, abril de 2024. O comitê editorial do n.1 do v.16 é composto por Claudio Beserra de Vasconcelos (UFRRJ e Seeduc/RJ), Márcia Lemos (Uesb), Osvaldo Teodoro (SMEBH) e Rejane Carolina Hoeveler (Ufal). O prazo para submissão é até o dia 30 de janeiro de 2024.

Abaixo disponibilizamos a ementa do referido dossiê:

No ano de 2024, o golpe que eclodiu a ditadura empresarial-militar no Brasil completa 60 anos. Assim, reverberam, sobre as mais diferentes formas, interpretações distintas que versam, por um lado, entre as mais ajustadas pesquisas, por outro, a partir dos mais debilitados revisionismos. Com as lentes apontadas para um fenômeno que modificou a história do Brasil, mas que se caracterizou, sobretudo, pelas transfigurações do capital e, por conseguinte, pelo seu conteúdo de classe, esse dossiê tem como objetivo propor um debate, a partir do rigor analítico da dialética materialista, sobre os fundamentos, os sujeitos sociais, impactos e desdobramentos do golpe empresarial-militar no Brasil, a partir de 1964, que estabelece novos contornos no regime político num país dependente e subordinado à esfera do imperialismo.

A ênfase recairá nos debates que contemplarem a caracterização da ditadura empresarial-militar no Brasil, incluindo debates historiográficos; a interdependência com as transformações do modo de produção capitalista, a emergência de seus principais sujeitos (internos e externos), enfatizando o acirramento do conflito de classes. Pretende-se destacar, entre outros, artigos que sublinhem as mudanças na relação capital e trabalho, a participação dos empresários no golpe e na colaboração com a ditadura; as relações internacionais do Brasil ditatorial; a repressão/terrorismo do Estado, o papel da mídia hegemônica e contra-hegemônica, a atuação das Igrejas cristãs, as pautas morais e os direitos sociais, a censura e os escritos que evidenciem a resistência armada, o movimento sindical, o movimento estudantil, as lutas por terra e a questão agrária, a questão étnico-racial e indígena, a atuação das mulheres e pessoas LGBTs e a transição democrática, incluindo análises sobre permanências, rupturas e o caráter preventivo do golpe. Também destacamos os debates em torno das transformações institucionais e ideológicas nos campos educacional, cultural e artístico.

Objetivamos, assim, alcançar os principais desdobramentos do golpe de 1964-1985 observados até os dias presentes e que impactam, sobremaneira, os movimentos de luta da classe trabalhadora no Brasil.