Auditoria de Provisões e Passivos Contingentes em Companhias Brasileiras de Capital Aberto: Uma Análise a Partir dos Relatórios de Auditoria Independente
DOI:
https://doi.org/10.9771/rcufba.v18i1.61529Palavras-chave:
Provisões e passivos contingentes, Auditoria, Relatório de auditoria, Principal Assunto de Auditoria (PAA)Resumo
O objetivo da pesquisa consiste em identificar a materialidade das provisões e passivos contingentes de empresas brasileiras de capital e como a auditoria independente descreve sua avaliação nos relatórios de auditoria. A pesquisa possui natureza descritiva com abordagem qualitativa e do tipo documental por meio de técnica de análise de conteúdo. A amostra intencional de pesquisa contempla as empresas que negociam ações na Brasil Bolsa Balcão (B3) dos setores de consumo não cíclico, utilidade pública e petróleo gás e biocombustíveis que possuem informações sobre provisões e passivos contingentes no relatório de auditoria independente no período de 2016 a 2021. A pesquisa forneceu uma compreensão abrangente do processo de auditoria de provisões e passivos contingentes em empresas brasileiras de capital aberto, incluindo suas categorias, motivos para constar em Principal Assunto de Auditoria (PAA), procedimentos de auditoria e avaliação de materialidade. Com base na análise da materialidade, no ano de 2021, em média, 98% das empresas analisadas superaram os limites de materialidade dos valores das contingencias. Conclui-se que as provisões e passivos contingentes tornam-se mais materiais no decorrer dos anos e possuem potencial efeito na posição econômica e financeira das companhias.
Downloads
Referências
BBaldoino, E. & Borba, J. A. (2015). Passivos contingentes na bolsa de valores de Nova York: uma análise comparativa entre as empresas estrangeiras. Revista de Contabilidade e Organizações, 9(23), 58-81. https://doi.org/10.11606/rco.v9i23.68395
Baptista, E. (2009). Ganhos em transparência versus novos instrumentos de manipulação: o paradoxo das modificações trazidas pela lei nº 11.638. Revista de Administração de Empresas, 49, 234-239. https://doi.org/10.1590/S0034-75902009000200009
Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. Edições 70.
Borges, B. C. & Rover, S. (2022). Provisões e passivos contingentes: características e reconfiguração das demonstrações contábeis das empresas de capital aberto brasileiras. Revista Mineira De Contabilidade, 23(1), 21–32. https://doi.org/10.51320/rmc.v23i1.1328
Camargo, R. C. C. P. & Alberton, L. (2015). A percepção dos usuários sobre materialidade: mapeamento e análise sistêmica da literatura. Contabilidade Vista & Revista, 26(3), 1- 24. https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/3052
Camargo, R. D. C. C. P. & Alberton, L. (2015). A percepção dos usuários sobre materialidade: mapeamento e análise sistêmica da literatura. Contabilidade Vista & Revista, 26(3), 1-24. https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/3052
Cho, S. Y., Hagerman, R. L., Nabar, S. & Patterson, E. R. (2003). Measuring stockholder materiality. Accounting Horizons, 17, 63-76.
Christensen, B. E., Glover, S. M. & Wolfe, C. J. (2014). Do critical audit matter paragraphs in the audit report change nonprofessional investors' decision to invest?. Auditing: A Journal of Practice & Theory, 33(4), 71-93. https://doi.org/10.2308/ajpt-50793
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2009). Pronunciamento Técnico CPC 25, de 26 de junho de 2009. Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.
Du, N., Mindak, M. P., Whittington, R. & McEnroe, J. E. (2020). The Effects of Ambiguity on Loss Contingency Evaluation by Auditors and Investors. Behavioral Research in Accounting, 32(1), 135-147. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3499368
Eilifsen, A., Hamilton, E. L., & Messier Jr, W. F. (2021). The importance of quantifying uncertainty: Examining the effects of quantitative sensitivity analysis and audit materiality disclosures on investors’ judgments and decisions. Accounting, Organizations and Society, 90, 101169. https://doi.org/10.1016/j.aos.2020.101169
Ferreira, J. da S. & Rover, S. (2019). Uma análise dos processos relevantes de empresas brasileiras: características que afetam a mudança na probabilidade de perda de provisões e passivos contingentes. Revista De Contabilidade E Organizações, 13, e155596. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2019.155596
International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB). (2018). Estimate Audit accounting and related disclosures. In International Auditorium Standard (ISA) 540 (revised).
Júnior, E. D. A. & Galdi, F. C. (2019). The informational relevance of key audit matters. Revista Contabilidade & Finanças, 31, 67-83. https://doi.org/10.1590/1808-057x201908910
Júnior, T. A. & de Souza Gonçalves, R. (2020). Qualidade da auditoria e assimetria informacional: uma análise no período pré e pós-adoção às normas internacionais de contabilidade. Revista Contemporânea de Contabilidade, 17(42), 38-56. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n42p38
Lopes, A. I. & Reis, L. (2019). Are provisions and contingent liabilities priced by the market? An exploratory study in Portugal and the UK. Meditari Accountancy Research, 27(2), 228-257. https://doi.org/10.1108/MEDAR-09-2017-0212
Marques, A. E. C., Holanda, A. P. & Coelho, A. C. D. (2013). Earnings information quality and audit firms: evidence in Brazil. Advances in Scientific and Applied Accounting, 5(2), 157–180. https://asaa.anpcont.org.br/index.php/asaa/article/view/99
Marques, V.A., Pereira, L.N., Aquino, I.F.D., & Freitag, V.D.C. (2021). Ele ficou mais legível? Evidências empíricas dos principais assuntos no relatório de auditorias independentes. Revista Contabilidade & Finanças, 32, 444-460. https://doi.org/10.1590/1808- 057x202112990
Martins, G. de A. & Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas.
Niemi, L., Knechel, W. R., Ojala, H., & Collis, J. (2018). Responsiveness of auditors to the audit risk standards: Unique evidence from Big 4 audit firms. Accounting in Europe, 15(1), 33-54. https://doi.org/10.1080/17449480.2018.1431398
Pandit, G. M. & Baker, C. R. (2021). Historical Development of the Standard Audit Report in the US: Form, Scope, and Renewed Attention to Fraud Detection. Accounting Historians Journal, 48(1), 31-45. https://doi.org/10.2308/AAHJ-19-015
Pandit, G. M., & Baker, C. R. (2021). Historical development of the standard audit report in the us: form, scope, and renewed attention to fraud detection. Accounting Historians Journal, 48(1), 31-45. https://doi.org/10.2308/AAHJ-19-015
Ribeiro, A. D. C., Ribeiro, M. D. S. & Weffort, E. F. J. (2013). Provisões, contingências e o pronunciamento CPC 25: as percepções dos protagonistas envolvidos. Revista Universo Contábil, 9(3), 38-54. http://dx.doi.org/10.4270/ruc.20139
Rosa, C. A. da. (2014). Panorama e reconfiguração das contingências passivas no Brasil. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Contabilidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.
Santana, L. R., Silva, F. J., Dantas, J. A., & Botelho, D. R. (2019). Auditoria em bancos: relação entre os assuntos citados em modificação de opinião, ênfase e PAA. Revista Catarinense da Ciência Contábil, 18, 1-18. https://doi.org/10.16930/2237- 766220192832
Sant'Ana, N. L. S., & Sant'Ana, P. C. P. (2021). Percepção de confiança na auditoria independente: índice de qualidade. Contabilidade Vista & Revista, 32(2), 258-282. https://doi.org/10.22561/cvr.v32i2.6555
Santos, C., & Cunha, P. (2022). Influência dos Fatores Confiança, Pressão de Tempo e Complexidade no Julgamento e Tomada de Decisão em Auditoria. BBR. Brazilian Business Review, 18, 605-623. https://doi.org/10.15728/bbr.2021.18.6.1
Soe, A. K., Gavurova, B., Oláh, J., & Hasan, M. (2022). Does auditor’s attributes impact on professional judgement in a financial audit? Empirical evidence from Myanmar SAI. Business: Theory and Practice, 23(1), 218-230. https://www.ceeol.com/search/article-detail?id=1057340
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista de Contabilidade da UFBA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution CC-BY-NC após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.