Tecnologia e COVID 19: Meteoro atingiu nosso país
DOI:
https://doi.org/10.9771/cp.v13i2.36368Palavras-chave:
Covid-19, Coronavirus, FarmáciaResumo
“Fomos atingidos por um meteoro”, disse o Ministro Paulo Guedes, em 28 de março de 2020.
A pandemia de Covid-19 (Coronavirus Disease 2019), fez com que nosso País fosse realmente atingido pelo meteoro. Até recentemente, entidades associativas de cunho científico trabalhavam com planejamentos e projetos evoluindo lentamente com inovações.
No campo da Saúde, certos temas demandavam maiores esforços, como recursos tecnológicos, maior aporte financeiro e apelo social, ou esses esforços se davam por uma combinação desses fatores.
A burocracia corrente, com procedimentos, resoluções, carimbos e assinaturas, fazia com que a inovação se desenvolvesse de forma lenta e, algumas vezes, desanimadora.
A pandemia de Covid-19 fez com que diferentes categorias de cientistas se envolvessem provocando uma avalanche de informes sérios e outros, por vezes, duvidosos, frases de efeito, comentários, teorias, ações e programas e projetos, sem precedentes na grande maioria dos povos e nações.
Inovação passou a ser a palavra de ordem no combate à imensa sobrecarga dos hospitais e das unidades de saúde. Protocolos e paradigmas são revisados, patentes são reavaliadas, tudo na tentativa de salvar vidas e proteger a população.
A produção de vacina contra Covid-19 passou a ser o foco da pesquisa de cientistas e de laboratórios, mesmo sabendo-se que isso exige muito tempo para seu desenvolvimento, e o tempo, nesse caso, é nosso inimigo.
Meios de comunicação enaltecem uso do álcool-gel para higiene das mãos e de máscaras, caracterizando-os como as mais efetivas formas de prevenção. De outro lado, sociedades científicas preconizam métodos alternativos ao álcool-gel.
A cloroquina é defendida e atacada nos meios científicos e nas discussões populares. Cientistas aprovam!! Cientistas reprovam!!
Comunidades e associações filantrópicas produzem máscaras e vestimentas cirúrgicas, e, de impressoras 3D, nascem ideias e produtos.
Terapias alternativas são propostas, como a utilização do plasma de pacientes curados e a ozonioterapia.
A utilização off label de medicamentos também é valorizada como prevenção ou solução, apesar de haver questionamentos sobre a falta de pesquisas clínicas consistentes.
Faltam kits de diagnóstico em quantidade suficiente para testar todos os pacientes e para comprovar aqueles que já têm imunidade.
Cientistas, economistas, autoridades, epidemiologistas, órgãos de mídia e a população em geral tomam partido a favor ou contra o isolamento social horizontal e o isolamento social vertical.
Diversos aparelhos de ventilação de baixo custo ou de custo acessível surgem de núcleos de inovação. A FDA autoriza um aparelho inovador que permite a utilização por quatro pacientes em um único respirador.
A Adidas em parceria com empresa de tecnologia Carbon produzem 18.000 máscaras faciais por semana, com ajuda de impressoras 3D. Máscaras que são doadas para organizações de saúde dos EUA e para as comunidades carentes.
Enquanto isso, as internações, as mortes e as fake news aumentam rapidamente pelo mundo todo.
Hospitais de Campanha são rapidamente construídos e uma imagem emblemática circula na internet: em São Paulo, o tradicional estádio do Pacaembu foi adaptado para se tornar um Hospital de Campanha. Parece ser necessário surgir uma pandemia para que estádios de futebol sejam menos valorizados do que os hospitais e a saúde da população brasileira.
Inúmeros aplicativos são criados para novos costumes, governos revisam prazos de recolhimentos tributários e criam normas, visando à sobrevivência de empregos e de pequenas e médias empresas, além de um plano de ajuda financeira para comunidades carentes.
A burocracia, o mau uso de recursos públicos e o grande abismo social brasileiro são expostos cruamente nas redes sociais e na imprensa.
Nesse rodamoinho, chega e-mail para um médico que inovou em 2010, quando depositou uma patente de instrumento com finalidade cirúrgica, deferida agora, em março de 2020, ou seja, dez anos depois, fora todo o tempo utilizado no trabalho da pesquisa. Com a velocidade do desenvolvimento tecnológico, ainda seria essa patente útil nos dias de hoje?
Fica a expectativa de que, passada a pandemia, nosso País tenha aprendido com a dura lição e comece a caminhar, então, com foco na harmonia social e política, rumo ao desenvolvimento exigido pelo mundo moderno.
Agora é o momento para que todos se unam com o propósito de promover a integração das diferentes comunidades científicas na busca da sinergia de ações e de soluções para as consequências desse meteoro que atingiu nosso País.
Cabe a nós todos ajudarmos a traçar esse novo caminho.
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