Tecendo redes de defesa dos direitos sexuais e reprodutivos da população LGBT: reflexões em torno do projeto Banana-Terra no Cariri Cearense.
DOI:
https://doi.org/10.9771/ns.v12i23.43687Palavras-chave:
Direitos Humanos, Redes, Ativismos, Resistências LGBT.Resumo
Tratar de questões relacionadas à população LGBT exige vislumbrar os processos históricos de marginalização e precarização da vida de tais sujeitos. Não obstante, o atual arranjo político brasileiro, em que discursos como o sobre a “ideologia de gênero” ganham aderência, marca-se pelo recrudescimento do conservadorismo e negação de direitos a grupos como o supracitado. Nesse cenário, encontra-se o Projeto Banana-Terra, produto de uma parceria interorganizacional entre os escritórios brasileiros da Anistia Internacional e Greenpeace, tencionando fortalecer a defesa dos direitos humanos e ambientais no Brasil. Dessa maneira, o presente relato de experiência objetiva analisar as ações do projeto ora citado na Região Metropolitana do Cariri, entre os anos de 2018 e 2020. Concluiu-se que a iniciativa em voga contribuiu para a promoção de ações de defesa dos direitos LGBT. Ao todo, desenvolveram-se cinco atividades dentre oficinas, rodas de conversa, minicursos e capacitações, atingindo quatro bairros periféricos urbanos dos municípios de Crato e Juazeiro do Norte, impactando diretamente 111 pessoas. Acresce-se que o projeto deu origem a uma complexa rede interorganizacional, contribuindo para a edificação de ecologias de saberes e fortalecimento de ativismos.
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