MALABARISMO E RESSIGNIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS
entre a informalidade e a cultura nas ruas da cidade
DOI:
https://doi.org/10.9771/ns.v13i25.43049Palavras-chave:
Trabalho Informal. Malabarismo. Exclusão Social. Estudos Urbanos.Resumo
O objetivo deste artigo consiste em analisar o papel do malabarismo de rua como trabalho informal e prática cultural na ressignificação dos espaços na cidade. Para isso, foram discutidas algumas considerações sobre o trabalho informal praticado nas ruas, principalmente, por atores que se concentram em regiões centrais e movimentadas da cidade e acabam sendo taxados como criminosos, marginais, vagabundos e transgressores da ordem pública por venderem seus produtos ou serviços nas ruas, calçadas e semáforos. Foi feita também uma conexão entre o trabalho informal dos malabaristas de semáforo com a exclusão social, bem como uma reflexão sobre tal prática como atividade do campo cultural. Utilizou-se uma abordagem qualitativa através de um estudo exploratório-descritivo cujos dados foram obtidos por meio de registro fotográfico e entrevista não estruturada junto a dois malabaristas que atuam na Região Centro Sul de Belo Horizonte. Os resultados obtidos mostraram que há um processo contínuo de resistência e ressignificação dos espaços da cidade pelos malabaristas que exibem seu trabalho nas faixas de pedestres localizadas abaixo dos semáforos. Além disso, foi identificado que os malabares eram executados não mais para a exibição das artes circenses pelos atores como atributo cultural, mas sim como prática estratégica que visa garantir a sobrevivência em contextos urbanos.
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