Políticas Públicas: subalternidade como crítica a racionalidade linear

Autores

  • Cássio Henrique Oliveira Conceição Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional/Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares - Universidade de Brasília
  • Breitner Luiz Tavares Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional/Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares - Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.9771/ns.v11i20.35607

Palavras-chave:

Políticas Públicas, Subalternidade, Racionalidade, Comunidade

Resumo

O presente trabalho aborda a proposta de campo para as Políticas Públicas, feita por Lasswell em 1951 e 1976; questionando-o teoricamente a partir do pressuposto teórico da subalternidade, sobre a possibilidade de participação deste novo ator frente a ênfase dada pelo campo para a racionalidade em seus processos políticos. O artigo utiliza de 4 categorias analíticas específicas: Estado, Ator, Argumento e Problema, que são categorias transversais a proposta de Lasswell, para apresentar linhas críticas já estabelecidas ao campo, a fim de explorar possibilidades teóricas que suscitem a participação de atores outros. Esse referencial foi gradativamente relacionado a diversa gama de autores que trata da subalternidade, incluindo, além de Gramsci (2002, 2007), os Subaltern Studies e teóricos da colonialidade/decolonialidade. Do debate realizado, destacaram-se impossibilidades a participação do subalterno, em qualquer que fosse a fase do processo político, ainda que rompendo com o protagonismo do ator estatal a partir do conceito de comunidade, pois, teoricamente, o subalterno não possui qualquer poder, influencia pública ou argumentativa para figurar em conjunto com o mesmo sem permanecer sob estado de dominação. Logo, a possibilidade que se encontrou para a participação deste ator enquanto propositor ao campo, formatou-se ao contrastar fundamentalmente a racionalidade linear proposta, não apenas ampliando a contextualização da construção social presente, mas destituindo de qualquer participação do processo o Estado e seus agentes.

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Biografia do Autor

Cássio Henrique Oliveira Conceição, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional/Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares - Universidade de Brasília

Graduado em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ceilândia/Universidade de Brasília, atualmente mestrando no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional

Breitner Luiz Tavares, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional/Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares - Universidade de Brasília

O pesquisador possui graduação em licenciatura em ciências sociais, bacharelado, mestrado e doutorado em sociologia pela Universidade de Brasília. pesquisador, tem doutorado sanduíche na Universidade Califórnia em Berkeley em Estudos Étnicos subsidiado pela Comissão Fulbright. Professor Associado I na Universidade de Brasília, Campus FCE, no curso de Saúde Coletiva. Membro do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Sociedade e Cooperação Internacional - PPGDSCI. Realizou pesquisa pós doutoral sobre relações raciais e juventude em situação de rua na Leeds Becket University - Reino Unido, no programa de pós graduação: Race, Education and Decolonial Thought em 2018.

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Publicado

2020-04-30

Como Citar

Conceição, C. H. O., & Tavares, B. L. (2020). Políticas Públicas: subalternidade como crítica a racionalidade linear. NAU Social, 11(20), 37–51. https://doi.org/10.9771/ns.v11i20.35607

Edição

Seção

Novas Rotas