A PINTURA, LITERATURA E MORTE
ANÁLISE DA ALEGORIA DA MORTE EM "AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE", DE JOSÉ SARAMAGO
DOI:
https://doi.org/10.9771/revin.v0i29.46881Resumo
Este trabalho tem como objetivo de analisar a alegoria da morte na obra As intermitências da morte (2005) de José Saramago e delinear os aspectos do grotesco e do sublime em relação à figura da morte. No romance ocorre um evento imprevisível: a morte deixa de matar, diante disso, as personagens ficam em êxtase ao compreenderem que podem vivenciar a imortalidade, entretanto, a narrativa saramaguiana rompe as expectativas destas, de maneira que, a imortalidade estabelece situações angustiantes em que se deve conviver com a doença, a velhice e o sofrimento. Para análise do romance foram realizadas algumas leituras teóricas, de maneira que, para compreender os recursos estéticos do grotesco e do sublime, os autores Burke (1993), Kayser (1986) e Hugo (2007) foram consultados, enquanto, para interpretar as representações históricas, sociais e estéticas da figura da morte foram realizadas as leituras dos autores Huizinga (2015) e Ariès (2012). O intuito desta investigação é reconhecer as influências estéticas na representação da morte e, como isto, reflete no imaginário social e literário.