PROVINCIALISMOS EM GRAMÁTICAS BRASILEIRAS NA PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O XX
Abstract
Na passagem do século XIX para o XX, os livros de gramática ganharam espaço como instrumento de normatização linguística. No caso da língua portuguesa, o modelo adotado como referência era a variedade linguística de Portugal – ainda que este idioma fosse falado em diferentes países de colonização portuguesa. Em alguns desses instrumentos linguísticos, é comum encontrarmos a expressão “provincialismo”, mesmo para se referir à variedade linguística de Portugal. Neste trabalho, buscamos verificar os as relações de sentidos estabelecidas por esse termo em quatro gramáticos brasileiros: Julio Ribeiro (1881), Carneiro Ribeiro (1890), Maximino Maciel (1894) e João Ribeiro (1920). Para tanto, em uma perspectiva da História das Ideias Linguísticas, levantamos: (i) conceituação de provincialismo; e (ii) exemplos de traços linguísticos tidos como de províncias em específico. As ocorrências identificadas mostram que marcas linguísticas que diferiam da capital portuguesa eram classificadas como provincialismos, sendo Lisboa a região em que o modelo de língua das gramáticas analisadas se baseia.Na passagem do século XIX para o XX, os livros de gramática ganharam espaço como instrumento de normatização linguística. No caso da língua portuguesa, o modelo adotado como referência era a variedade linguística de Portugal – ainda que este idioma fosse falado em diferentes países de colonização portuguesa. Em alguns desses instrumentos linguísticos, é comum encontrarmos a expressão “provincialismo”, mesmo para se referir à variedade linguística de Portugal. Neste trabalho, buscamos verificar os as relações de sentidos estabelecidas por esse termo em quatro gramáticos brasileiros: Julio Ribeiro (1881), Carneiro Ribeiro (1890), Maximino Maciel (1894) e João Ribeiro (1920). Para tanto, em uma perspectiva da História das Ideias Linguísticas, levantamos: (i) conceituação de provincialismo; e (ii) exemplos de traços linguísticos tidos como de províncias em específico. As ocorrências identificadas mostram que marcas linguísticas que diferiam da capital portuguesa eram classificadas como provincialismos, sendo Lisboa a região em que o modelo de língua das gramáticas analisadas se baseia.