O EXAGERO QUE PRECEDE O REAL: UMA RESENHA DE PRAÇA DOS HERÓIS, DE THOMAS BERNHARD
DOI :
https://doi.org/10.9771/revin.v0i29.46908Résumé
Praça dos heróis, de Thomas Bernhard, foi lançado ao final da década de 1980, mas permanece mais atual do que nunca. Em resumo, a peça traz o suicídio de um professor, que se jogou de sua janela na Praça dos Heróis, em Viena. Através da uma estética pautada por proposital hipérbole, o objetivo de Bernhard é claro: mostrar, com o exagero da ficção, que o fascismo não morreu em 1945. E, mais do que isso, como o fenômeno de negação e o revisionismo da participação dos perpetradores acaba por facilitar a sua ascensão em novas vestes. Esta resenha discute a obra de Bernhard, em diálogo com outras obras do subgênero da literatura política, à luz dessas questões. A intenção é mostrar, através de uma discussão sobre a ficção, o perigo de se interpretar levianamente o nazifascismo como um fenômeno limitado ao início do século XX.