POR UMA POLÍTICA DOS VIVENTES NA POESIA DE ALBERTO PUCHEU
DOI:
https://doi.org/10.9771/inventr.v0i32.56039Resumen
Publicada em 2020, vidas rasteiras, obra do artista e poeta Alberto Pucheu, aponta uma série de vidas, aparentemente frágeis, que buscam “saídas da morte”: mulheres sem-teto, mendigas, indígenas, imigrantes, trabalhadores precários. Apesar de todas as intempéries a que estão submetidos, tais corpos conseguem se livrar, se vingando, de inúmeras imposições deste “mundo cão”. Nesse sentido, este trabalho discute como o poema, enquanto máquina de guerra, fabula uma resposta às violências do nosso tempo; se o momento é de “fezes”, sobretudo quando o outro é visto como estranho, um inimigo, a quem devemos exterminar, nos versos pucheuteanos expor-se ao outro mobiliza a construção de um espaço de alianças, de partilhas e de ressignificação da própria noção de comunidade. Para isso, nos apropriaremos do conceito de “qualquer” e de “comum”, respectivamente dos pensadores Giorgio Agamben (1993) e Maurice Blanchot (2013), e do conceito de “comunidade”, de Jean Luc-Nancy (2016). Nesse sentido, compreenderemos como as vidas miúdas e rasteiras dos textos pucheuteanos fundam, a cada movimento e expansão, modos e possibilidades do ser-em-comum