A AUTOTEORIZAÇÃO LITERÁRIA EM AMOR DE PERDIÇÃO E A HORA DA ESTRELA: UMA PONTE POSSÍVEL
Palabras clave:
Autoteorização literária, Amor de perdição, A hora da estrela.Resumen
Neste artigo, é nosso objetivo criar pontos de diálogo entre as obras literárias Amor de perdição (1862), de Camilo Castelo Branco, e A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector, através da conceituação do que seja autoteorização literária. A partir disso, consideramos a literatura como forma auto reflexiva, ponto que também Jonathan Culler (1999) vem a corroborar. A autoteorização literária, embora não necessariamente um conceito fixo, pressupõe a literatura como meio já auto reflexivo, em que o texto se apresenta como texto, quebrando assim a verossimilhança da narrativa, levando, consequentemente, o leitor a um grau mais elevado de consciência com relação ao texto. Teoricamente, também apoiam nossas postulações Karin Volobuef, Sérgio Rouanet, Luiz Costa Lima e Zygmunt Bauman. Dessa forma, esperamos demonstrar que, através da autoteorização literária, mesmo existindo um grande período de tempo entre a publicação de cada narrativa escolhida, pode existir uma ponte em que as obras supracitadas convergem.Descargas
Citas
ASSIS, M. de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Martin Claret, 2003.
BAUMAN, Z. Sobre a verdade, a ficção e a incerteza. In: O mal-estar da pós-modernidade. Tradução de Mauro Gama, Cláudia Martinelli; revisão técnica de Luís Carlos Fridman. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p.142-159.
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VOLOBUEF, K. Ironia romântica. In: A prosa de ficção do romantismo na Alemanha e no Brasil. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1999.