PERFORMATIVIDADE, ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E RAÇA: PROFESSORAS DE INGLÊS NEGRAS E IDENTIDADE PROFISSIONAL

Resumo

O sujeito contemporâneo possui diferentes identidades sociais (HALL, 2004; SILVA, 2008, GOMES, 1999, 2005), as quais são moldadas de acordo com as práticas discursivas. Pensando nas identidades como múltiplas e complexas, a performatividade (PENNYCOOK, 2007; MOITA LOPES, 2013, MELO, 2015) é um elemento importante para a constituição subjetiva. Tendo como base os conceitos de identidade, performatividade e a noção de raça como um construto social, político e cultural (GOMES, 2005, MUNANGA, 2012), o objetivo deste artigo é compreender e analisar elementos da formação identitária de professoras de inglês negras a partir de excertos de uma reportagem sobre a criação de uma escola de idiomas exclusiva para mulheres negras. A proposta revela uma preocupação com a descolonização do currículo de língua estrangeira (GOMES, 2012) e com as performances atribuídas à figura da mulher negra pela sociedade (GOMES, 1999; CRUZ, 2015). A análise dos excertos nos mostra como um ensino reflexivo acerca das questões raciais é essencial para diminuir os impactos do preconceito e da discriminação racial na sociedade (JORGE, 2012, 2016, MARQUES, 2018) e como a escola pode contribuir para a formação de uma identidade racial positiva.