ESPECT-ATRIZES: cruzamentos entre Teatro do Oprimido, Neurociência e Estudos de Recepção

Autores

  • Lorena de Oliveira Chagas Universidade Católica Portuguesa https://orcid.org/0000-0003-3880-3127
  • Cristina Sá
  • André Baltazar Universidade Católica Portuguesa

Palavras-chave:

Neuropsicologia e Neurociência, Ciência e Tecnologia das Artes

Resumo

Este artigo apresenta uma revisão bibliográfica, trazendo uma reflexão sobre o cruzamento entre Estudos de Recepção teatral, em uma perspectiva neurocientífica, com práticas artísticas e pedagógicas do Teatro do Oprimido (Boal, 1993), de modo a contribuir de forma robusta com os estudos sobre o impacto dessas práticas em seus participantes, sejam eles artistas criadores ou espect-atores. A construção do artigo revisita a bibliografia sobre o tema, analisa um workshop realizado na Universidade Católica Portuguesa e elenca metodologias possíveis de Estudos de Recepção em teatro para tais fins, partindo de uma pesquisa maior em andamento. Nota-se que, apesar de palavras como “opressão” e “empoderamento” aparecerem com frequência em estudos, faz-se necessário aqui refletir sobre seus significados, de modo a diferenciá-los do uso comum e cotidiano e mesmo de suas apropriações pelo neoliberalismo. Partimos da discussão levantada pela teórica Liz Tomlin (2019) de que devemos buscar um caminho artístico em que ainda podemos criar espetáculos politicamente empenhados sem, no entanto, deixar de respeitar as subjetividades da espectatorialidade, ou a Emancipação do Espectador (Rancière, 2019). Consideramos também os estudos de Flávio Desgranges (2020), que define como essencial o espectador, para que sejam efetivadas transformações no teatro, uma vez que não há teatro sem espectadores. Concluímos que a neuropsicologia e a neurociência, além dos estudos em empowerment, mostram ferramentas que podem ser fortes aliadas em workshops e práticas artísticas baseadas na estética do Oprimido. PALAVRAS-CHAVE: Estudos de Recepção. Práticas Artísticas. Teatro do Oprimido. Neuropsicologia e Neurociência.

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Biografia do Autor

Lorena de Oliveira Chagas, Universidade Católica Portuguesa

Vida Oliveira, nome artístico de Lorena de Oliveira Chagas, é diretora teatral, dramaturga e pesqui-sadora. Doutoranda em cotutela em Literatura e Cultura (PUC-Rio) e Ciência e Tecnologia das Artes (Universidade Católica Portuguesa), é bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal. Com mestrado em Estudos Contemporâneos das Artes (UFF) e bacharelado em Artes Cênicas (UFBA), investiga as interações entre teatro, novas mídias, videogames e animações, focando em obras transmídia e formação de novas plateias. É Diretora Artística e Dramaturga do grupo Cegonha – Bando de Criação.

Cristina Sá

Professora Auxiliar na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, com mais de 20 anos de experiência no ensino de Cultura Digital e Novos Meios. Sua pesquisa explora a ontologia das interfaces e seus papéis mediadores em mídias participativas e experimentais, com foco na inovação social por meio de práticas artísticas comunitárias. Com formação interdisciplinar em Engenharia, Artes e Comunicação, seu trabalho aborda temas como UX/UI, subjetividade digital, realidade aumentada e teatro interativo. Cristina possui ampla produção acadêmica, supervisionou diversos projetos de doutorado e mestrado e contribuiu para várias iniciativas artísticas e de pesquisa.

André Baltazar, Universidade Católica Portuguesa

Vice-Diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e Diretor do Digital Creativity Center, promovendo pesquisa e inovação em novas mídias e artes interativas. É doutor em Ciência e Tecnologia das Artes e mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. Com expertise em música computacional, HCI, AR, VR e machine learning, conecta academia e indústria por meio de pesquisa aplicada e consultoria artística. Também coordena a Licenciatura em Som e Imagem e realiza pesquisas no CITAR-UCP.      

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Publicado

2024-12-04