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DOI :
https://doi.org/10.9771/geo.v0i1.53062Mots-clés :
Pantanal Marimbus, Radiocarbono, Garimpo, Chapada DiamantinaRésumé
A Chapada Diamantina é um dos poucos lugares no Brasil onde é possível encontrar uma área alagada (wetland) na transição entre a floresta estacional (clima semiúmido) e a caatinga (clima semiárido). Essa área alagada contém centenas de árvores mortas encontradas ainda em posição de vida e alinhadas ao eixo do canal fluvial. Datações de radiocarbono foram obtidas de quatro amostras, da casca até o núcleo de uma mesma árvore, para saber a idade de sua morte. Um modelo de sequência robusto foi construído, revelando uma alta probabilidade de que a árvore tenha morrido em aproximadamente 1720 AD. A morte deste indivíduo representa a morte da floresta ao seu redor, por ambas estarem no mesmo nível altimétrico, devendo ter relação com a origem do pantanal Marimbus. A área é marcada pelo intenso assoreamento dos rios, mas essa situação ocorre principalmente no rio Paraguaçu (principal), que represou o rio Santo Antônio (afluente), cujo trecho se tornou permanentemente alagado. Com base nos nossos resultados é possível propor uma origem antropogênica para o pantanal Marimbus. De fato, 300 anos não seria tempo suficiente para depositar o volume de sedimento encontrado nos leques aluviais da região. É provável que a busca/a exploração por recursos minerais já existia de forma incipiente na serra do Sincorá, desde o início do século XVIII, para ter ocasionado tais impactos nos rios e não foram documentados historicamente, haja vista que a descoberta oficial de diamantes ocorreu em 1844.
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